Espelho, espelho meu
A busca Incessante pela perfeição e seus riscos
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Muitas vezes, essa busca incessante pela “imagem perfeita” vai além do espelho e tenta preencher um vazio que está dentro de cada um. É como se a aparência externa funcionasse como uma armadura, uma máscara para ocultar inseguranças profundas e feridas emocionais que a pessoa nem sempre sabe reconhecer ou expressar.
Quando alguém está tão focado em mudar o corpo, aumentando seios, moldando a barriga ou corrigindo o nariz, pode estar, inconscientemente, tentando suprir uma carência maior: um sentimento de inadequação, rejeição ou uma dor interna que não foi curada. Moldar a forma externa vira, então, uma forma de tentar controlar o que parece fora de controle, uma tentativa de reorganizar e acalmar o caos interno.
Mas o vazio que carregam não se preenche com bisturis, filtros ou elogios superficiais. O reflexo no espelho pode até melhorar por um tempo, mas a sensação de incompletude persiste e a busca continua, sempre atrás de uma perfeição inalcançável que jamais se satisfaz de verdade.
No fundo, o que essas pessoas procuram talvez não seja um corpo diferente, mas aceitação, amor próprio e paz interior. A aparência torna-se uma linguagem silenciosa de um pedido de socorro, uma tentativa dolorosa de se sentirem inteiras, valorizadas e vistas. Reconhecer isso é o primeiro passo para romper esse ciclo, olhando para dentro e cuidando da mente e das emoções, para que a verdadeira transformação aconteça, aquela que não depende do que o espelho mostra, mas do que o coração sente.