Pantanal em chamas
A ecologia como um campo de disputa política
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A crise hídrica e os incêndios que ainda consomem o Pantanal são retratos de um Brasil que arde enquanto se distrai. As imagens de peixes mortos, de aves fugindo e de ribeirinhos ilhados não são apenas tragédias naturais: são críticas escancaradas a um modelo de desenvolvimento excludente.
A Antropologia Ambiental, com autores como Philippe Descola e Arturo Escobar, questiona o binário natureza/cultura. O Pantanal é um ser vivo, uma entidade social, econômica e espiritual para muitas comunidades tradicionais. Quando ele sofre, todo o país adoece.
A Ciência Política Ambiental propõe um olhar estruturado: a destruição do meio ambiente não é efeito colateral, é projeto. Um projeto que privilegia o agronegócio, ignora as mudanças climáticas e marginaliza os povos do campo e da floresta.
A crise do Pantanal é, portanto, uma crise de futuro. E como disse Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte…”. Resta saber se vamos caminhar para ela ou continuar queimando o caminho até o fim do mundo.