Ironias da vida
A juventude é bela, mas não se reconhece quando começa a florescer
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Acho um contrassenso que a adolescência, justamente o período da vida em que o corpo está mais cheio de vitalidade, seja também a fase de maior insegurança. É um paradoxo cruel. A juventude é naturalmente bela, vibrante, cheia de frescor, mas quase ninguém que está nela consegue enxergar isso.
É como se as meninas vivessem cercadas por espelhos que distorcem a própria imagem, incapazes de perceber o brilho que têm.
Quando olho para fotos de mim mesma nessa idade, fico impressionada com o quanto eu era bonita e não sabia. Lembro de tantas amigas também assim, tentando esconder o rosto, envergonhadas dos traços que hoje eu vejo como lindos. É uma pena que nessa fase tão efervescente, quando o mundo começa a se abrir, o olhar sobre si mesma seja tão severo.
A juventude é bela, mesmo quando não sabe que é. E talvez resida aí uma das maiores ironias da vida: a beleza plena raramente se reconhece no instante em que floresce.