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Resumo da Semana

Aconteceu de tudo e mais um pouco nesses turbulentos dias

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@donairene13 - Foto de Arquivo

Agora é o momento de fazermos a retrospectiva política da semana que passou. Tudo indicava que ela seria daquelas semanas pesadas, sufocantes, feitas para nos esgotar. Os conflitos permanentes da Câmara com o governo, com o STF e até com a própria população brasileira anunciavam uma sequência de más notícias. O clima era de confronto, de tensão institucional e de absoluto desprezo pela democracia.

A cassação de Glauber Braga parecia iminente. Tudo apontava para esse desfecho, inclusive a falta de esperança do próprio deputado. Mas ele escapou. E não foi por acaso. Escapou graças a alguns fatores, sendo o principal deles a articulação política do governo nos bastidores, mostrando que ainda existe quem compreenda a gravidade de se normalizar perseguições políticas travestidas de moralidade. A tentativa de cassação era desproporcional, autoritária e simbólica de um Congresso que parece cada vez mais desconectado do que é justiça.

Ao mesmo tempo, assistimos ao escárnio envolvendo Carla Zambelli. Mesmo presa, a Câmara se mostrava disposta a mantê-la como deputada, numa demonstração clara de que ali faltam decência, pudor e qualquer compromisso ético. Mais uma vez, coube ao STF garantir o cumprimento da Constituição Federal. Mais uma vez, a Câmara saiu desgastada, menor, envergonhada diante do país.

Como se não bastasse, a Câmara ainda aprovou o famigerado PL da dosimetria. Eles não cansam de nos envergonhar. A sessão que aprovou esse projeto avançou pela madrugada e foi marcada por cenas gravíssimas: jornalistas agredidos, o sinal da TV Câmara cortado, a transparência substituída pela força e pelo autoritarismo. Espero que entidades internacionais sejam acionadas, e que os responsáveis por essa tirania institucional sejam devidamente punidos. Não vamos tolerar tiranos no poder. A democracia não pode ser sequestrada dessa maneira.

No campo internacional, o fim das sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes representou mais um duro golpe na extrema direita. Um golpe simbólico e político, que desmonta a narrativa de perseguição e expõe o isolamento daqueles que apostam no caos institucional como estratégia.

Enquanto isso, fora dos salões do poder, a realidade também cobrou seu preço. O ciclone extratropical que atingiu São Paulo levou caos à cidade e escancarou a má gestão privada da Enel. Falta de luz, desorganização, sofrimento para a população. O prefeito Ricardo Nunes acabou pedindo ajuda ao governo federal. Talvez, ainda que sem admitir, reconhecendo que privatizar a Eletropaulo e entregar um serviço essencial à lógica do lucro foi um erro.

Enfim, foi uma semana difícil. Pesada, tensa, reveladora. Mas sobrevivemos. E sobreviver, nesses tempos, já é também um ato político. Seguimos atentos, indignados e, sobretudo, sem abrir mão da democracia.

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