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Londres

Acordo com UE sobre Brexit deixa governo May em dificuldade

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Bartô Granja, Edição

O anúncio de que o Reino Unido fechou enfim um acordo com a União Europeia (UE) para o Brexit põe o governo da premiê Theresa May diante de sua decisão mais importante, que poderá resultar tanto numa saída ordenada da UE quanto num impasse que acabará por derrubá-la.

Pelas informações divulgadas, o acordo prevê que o Reino Unido permaneça, ao menos por um período, numa união aduaneira que inclui os países da UE. Numa união aduaneira, os países eliminam as tarifas internas (com exceções) e adotam uma tarifa externa comum. Há livre circulação de mercadorias, mas não de pessoas, bens e capital, como no mercado comum.

Em princípio, a união aduaneira evitaria a criação de alfândegas e controles fronteiriços entre Irlanda, parte da UE, e Irlanda do Norte, parte do Reino Unido. A manutenção das fronteiras abertas na ilha irlandesa é condição para que May mantenha o apoio do Partido Unionista Democrático (DUP), que garante sua maioria parlamentar. Sem o DUP, o governo May cai.

A união aduaneira também manteria normas e regras comerciais da UE, além de subordinar a resolução de disputas a tribunais europeus. Trata-se de anátema para os políticos que articularam o Brexit, entre eles integrantes do partido conservador e ministros do próprio gabinete de May. Eles receiam, com razão, que a proposta provisória de May se torne definitiva, no acordo final que o Reino Unido deverá fechar com a UE depois da saída, enquanto vigorar o período de transição.

Na tentativa de resolver o insolúvel, de conciliar o inconciliável, May escolheu manter o cordão que vincula seu país ao continente e criou uma situação que os partidários do Brexit consideram insustentável e classificam como “vassalagem”. Eles acreditam que só a ruptura total com o bloco, situação conhecida como Brexit “hard”, dará ao Reino Unido a liberdade necessária para negociar acordos de livre-comércio com outros países, em especial os Estados Unidos.

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