Adeus, Lô Borges

Ontem foi um dia especialmente difícil. Para a tristeza de todos os brasileiros que amam música, Lô Borges nos deixou.

Ainda estou tentando processar essa notícia. Eu esperava vê-lo aqui em Brasília, no dia 25 de outubro. Estava animada, quase contando os dias. Ver Lô no palco, ao lado do seu grande amigo Beto Guedes, seria como revisitar uma parte da minha própria história com aquelas canções que atravessaram gerações, que fizeram parte da vida de tanta gente e da minha também.

Mas a vida, com seu modo imprevisível de nos surpreender, mudou o roteiro. Poucos dias antes, ele precisou ser hospitalizado. Lembro-me de sentir uma tristeza profunda naquele momento, mas ainda guardava esperança de que logo se recuperasse, e que o show pudesse acontecer em outro dia. Agora sei que esse reencontro não virá.

Ficou o vazio. Ficou a sensação de que tínhamos um encontro marcado, e ele não pôde vir. Ficou o eco de suas melodias, aquelas notas suaves, simples e geniais, que falavam de amizade, de juventude, de amor e de sonhos.

Hoje o Brasil parece mais silencioso. E, dentro de mim, também há um silêncio grande, do tamanho da saudade que começa a nascer.

Obrigada, Lô Borges, por tudo o que sua música nos deu. Por transformar o cotidiano em poesia, e a saudade em melodia.