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Semente do mal

Agro tóxico, e não pop, colhe incerteza e crise

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Emanuelle Nascimento - Foto Francisco Filipino

Em pleno julho, quando os ventos frios deveriam acalmar o solo e preparar as raízes para repouso, o Sul do Brasil foi surpreendido por granizo sobre plantações em colheita. Não é apenas o clima que mudou: é a lógica da previsibilidade que se rompe.

Norbert Elias já apontava que a civilização é também um controle do tempo e da natureza agora assistimos a um tempo fora dos eixos, como diria Judith Butler sobre o trauma.

A antropologia ambiental, de Tim Ingold e Philippe Descola, nos alerta: o que chamamos de “fenômenos naturais” são produções de um mundo cada vez mais tensionado por práticas humanas destrutivas.

O granizo não é só gelo, é um grito do céu. A colheita se esfarela sob a urgência de revermos nosso pacto com a terra. O agro que se diz pop, mas é tóxico, colhe agora o que semeou: incerteza, medo e crise.

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