Insanidade
Ah! Se eu fosse Porfírio!
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Qual era mesmo o lema? Nazismo em CIMA DA FAMÍLIA? Higienismo e o sacrifício de Abraão? Impunidade, insanidade e Bacamarte?
Em 06/08/2025, uma mãe desnaturada levou seu bebê como escudo no sequestro do Congresso. Ela que se orgulha de ser nazista e bolsonarista.
A cena lembra “O Alienista”, de Machado de Assis, publicado em 1882.
Bacamarte, o protagonista do conto machadiano, é um médico renomado que retorna à sua cidade natal após estudar na Europa. Bacamarte, no início do conto, é jovem assim como aquele que deveria exercer a autoridade nos trabalhos do Legislativo Brasileiro.
Dr. Bacamarte funda um hospício chamado “Casa Verde”, onde pretende estudar e tratar os desvios mentais da população local.
Nosso jovem deputado, ao contrário, já encontra o hospício instalado, quando inicia sua árdua tarefa.
A história se desenvolve com o aumento das internações, levando a cidade à beira do colapso. Dr. Bacamarte amplia seus critérios de diagnóstico, levando a situações cada vez mais absurdas e injustas.
A abordagem rigorosa do protagonista machadiano logo se torna controversa e excêntrica: ele começa a internar uma quantidade cada vez maior de pessoas, incluindo indivíduos considerados excêntricos ou apenas ligeiramente diferentes da norma. A população passa a resistir à arbitrariedade das internações, e um grupo de insatisfeitos se forma contra o psiquiatra Dr. Bacamarte.
No final, o diretor do hospício começa a duvidar de sua própria sanidade e decide se internar na Casa Verde, invertendo os papéis e questionando suas próprias teorias. O final aberto sugere a relatividade das ideias sobre loucura e sanidade.
No conto, Porfírio, um amigo do Dr. Bacamarte, é um grande crítico de suas ações.
Se eu fosse Porfírio diria ao nosso jovem médico congressista:
– Será necessário escrever um regimento novo, proibindo comparecer portando filhos, no hospício. Ops! Quis dizer, no Congresso!
– Ah! Se eu fosse Porfírio!