Máscaras e turbantes
Aiatolás verdadeiros são mais honestos que falsos democratas ocidentais
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Entre as muitas semelhanças e algumas diferenças entre o raivoso regime dos aiatolás, os déspotas norte-americano e judeu e os aprendizes de tiranos brasileiros travestidos de “patriotas”, deputados, senadores, prefeitos e até governadores, a principal delas é a honestidade. Líderes religiosos de fato, o falecido Ali Khomeini, o vivaldino Ali Khamenei e seus Bin Ladens espalhados pelo mundo não são falsos, mentirosos, muito menos escamoteadores de seus sádicos desejos. Em outras palavras, são o que são, duela a quien duela.
Outra semelhança relevante é a sede de matar. Atuais líderes da histórica Pérsia, os aiatolás não escondem o farto dinheiro investido nos terroristas que, como eles, têm horror às democracias do Ocidente. Ou seja, pagam para matar supostos adversários. Não é diferente nos países dominados, habitados ou sabotados pelos falsos democratas. Mas sejamos justos. Nos Estados Unidos de Donald Trump, em Israel de Netanyahu e no Brasil daquele presidente que passou pelo Palácio do Planalto é mais fácil esquecer os investimentos e deixar o povo morrer.
Foi assim durante a pandemia de Covid-19, tem sido assim nas guerras gratuitas e insanas e será assim caso eles consigam unificar o poder nas Américas e no Oriente Médio. Seria o fim do mundo? Com certeza, não, mas provavelmente o sinal dos tempos. Por isso, oremos fervorosamente, pois, sem oposição à altura, eles juntariam a fome insaciável de matar com a vontade de comer. Aliás, sempre em nome de Deus, da família e da liberdade, oposição para eles é como remédio amargo. Matam como se não houvesse amanhã e, sem qualquer escrúpulo, anunciam que mataram em confronto.
Escavam as estradas da paz, desmoralizam adversários e, por fim, avacalham e torturam psicologicamente aqueles que não os seguem. Tudo isso para que tenham exclusividade nas bandeiras do autoritarismo e da hipocrisia. Também é comum entre os autocratas, fascistas, absolutistas e opressores patenteados ordenar manobras destruidoras e depois, como apóstolos do apocalipse, se utilizarem de ufanismos de boteco de periferia para tocar pública e solenemente as surdas cornetas da paz.
Para os poderosos nucleares, tudo. Para o restante do mundo, as bombas atômicas que eles não admitem que outras lideranças tenham e os estímulos a golpes em países que não aceitam cangalha. É inquestionável a adjetivação da República Islâmica do Irã como regime assassino. Com a mesma ênfase, não há razão para lamentar o colapso da pátria dos aiatolás. O que se questiona é a corrida ao Muro das Lamentações para demonizar somente a teocracia iraniana.
Após os Estados Unidos atenderem pedidos do irmão de sangue e bombardear Teerã, ficou claro para o planeta globalizado que, tão ou mais nocivos do que o Irã, são o ego de Benjamin Netanyahu, o narcisismo de Donald Trump, que topa tudo para ser aclamado como o grande vitorioso, e a bajulação explícita dos lambe-botas dos trópicos àqueles que usam o poder para matar. Se é que existe alguma, a diferença entre eles talvez sejam os turbantes e as longas barbas dos aiatolás. Pelo menos eles não usam máscaras para esconder os rostos tirânicos, muito menos chicotes para impedir que seus súditos os tratem como paladinos da moralidade, da paz e da sensatez.
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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais