Cúmplices
Alquimia Celeste
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O astro desperta com fulgor na pele,
uma coroa de ouro repousa sobre a alvorada,
enquanto a guardiã da noite, em prata serena,
o contempla em silêncio, envolta em mistério.
Não se tocam, não se cruzam, não se fundem,
mas se procuram na coreografia do infinito.
Ele a desenha com pinceladas de luz,
ela o contempla com olhos de maré,
e no reflexo de seus gestos, o amor respira.
Às vezes, no limiar do dia,
dividem o céu como amantes secretos,
num duelo de instantes onde o tempo hesita.
Ela se despede com doçura,
ele chega com pressa de eternidade,
e nesse breve encontro, o cosmos sorri.
Quando o eclipse os entrelaça em segredo,
o universo suspende sua respiração,
o céu se torna inteiro,
e na sombra compartilhada,
sentem-se inteiros, mesmo sem se tocar.
Distantes, mas cúmplices,
ele lhe oferece claridade,
ela lhe devolve sentido.
Um amor que não precisa de presença,
porque vive na essência,
leve como o vento,
seguro como o ciclo das estrelas.