Ecos na névoa
‘Amar é um ritual sagrado, um feitiço que apenas os deuses conhecem’
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Hoje compreendi a despedida em sua plenitude,
como um pássaro que se solta do último galho.
Depois de tocar o céu ao seu lado,
sei que a felicidade não pede razões, apenas acontece.
Seus passos foram auroras em minha vida,
trilhas desenhadas na brisa do tempo.
Cada olhar seu era um raio de sol,
tocando minha pele com o calor de mundos invisíveis.
O tempo não teve piedade dos nossos sonhos,
correu como o rio que foge para o mar.
Ficaram desejos não ditos,
carícias suspensas no ar como pétalas soltas.
Mas sei exatamente o que vivi em sua presença.
Foi entrega, foi fogo, foi melodia.
Foi o amor desenhado na espuma das madrugadas,
o reflexo de nós dois na lua partida.
Seu toque foi a poesia que nenhum poeta escreveu,
seu beijo, um universo de constelações acesas.
Olhar em seus olhos era perder-se e encontrar-se,
como um viajante que se rende ao destino.
Amar você foi um ritual sagrado,
um feitiço que apenas os deuses conhecem.
Ser seu foi sonho e realidade misturados,
um desejo que não pertence ao tempo.
Deixá-lo ir hoje foi perder um pedaço do infinito,
sentir a névoa envolvendo minhas mãos vazias.
Ver sua sombra dissolver-se ao longe
foi compreender que o amor nunca parte completamente.
A saudade veio suave como uma brisa,
aninhou-se em minha alma como uma estrela caída.
E agora sou feita de ecos e lembranças,
pois você ainda vive em cada suspiro do vento.
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