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Mitômano juramentado

Americanos rejeitam Febeapá chinfrim do mentiroso compulsivo

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Pesquisando palavras sobre as quais ainda tenho dúvidas, descobri casualmente o verdadeiro significado do termo mito, alcunha supostamente positiva com a qual Pai Jair ficou conhecido de 2018 a meados de 2022. Didaticamente, o mito é uma narrativa fantástica que tem por finalidade explicar a origem de tudo que existe e é considerado importante para um determinado povo. Como se vê, é algo imaginário, fantasioso, questionável e incoerente. De modo mais objetivo, o mito é maior do que a soma das mentiras. Diria também que um homem mentiroso não vive, apenas conta uma história. E o que dizer daqueles que vão embora para poder viver suas mentiras em paz? Nada. Somente que qualquer coincidência com aquele ex-presidente será mera semelhança.

Mitômano talvez seja uma derivação linguística imperfeita da palavra mito. Não interessa se a inserção de um sufixo no vocábulo primitivo o tenha tornado negativo do ponto de vista da sonorização. Paciência. O problema é da língua portuguesa. Na verdade, a expressão mitômano significa transtorno mental caracterizado por humor, comportamentos e relacionamentos instáveis. Os sintomas podem incluir mentira patológica, autoimagem distorcida e comportamento de risco. Enfim, o que é uma pessoa mitomaníaca? É aquela com compulsão pela mentira, contada de forma consciente, que tem por objetivo a autoproteção ou, muitas vezes, o falseamento da realidade, de maneira a fazê-la parecer melhor.

Embora as diferenças sejam gritantes, mais uma semelhança da coincidência. O verdadeiro mito precisa de um tempo e espaço para existir e para ser compreendido, enquanto o mentiroso se enrola nas próprias mentiras e, com o tempo, a máscara cai. Aí vem o castigo de não ser acreditado nem quando diz a verdade. Seria o caso do Jair? Penso que sim, sobretudo se buscarmos uma de suas frases célebres do tempo em que achava que mandava no mundo. “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde”, dizia ele nos momentos em que mentia para si mesmo. Fez pior e fugiu antes mesmo de expirar os 45 minutos do período normal de seu mandato como líder do fim do mundo.

Fez o que jurou nunca fazer. Como menino mijado, ultrapassou as quatro linhas do que pregava no cercadinho do Palácio da Alvorada, de onde criava e espalhava suas inverdades manipuladoras. Sem estilo algum e com o amadorismo que sempre o marcou, tentou copiar Stanislaw Ponte Preta, “reinventando” o Febeapá (Festival de Besteiras que Assolou o País de janeiro de 2019 a dezembro de 2022). De tão chinfrim, o Febeapá mitômano foi rejeitado nos Estados Unidos por uma razão pra lá de óbvia: inteligentes, os americanos associaram o besteirol do mito a mais uma máxima de Sérgio Porto, a de que a prosperidade do Jair e de seus rebentos é uma prova evidente e definitiva de que ele lutou quatro anos a fio pelo progresso do subdesenvolvimento do povo brasileiro

Mitomania à parte, vale registrar também uma pérola da candidatura presidencial de 2018: “Na grande mídia, dizem que eu não entendo de economia, mas vou disputar eleições e não o vestibular”. Infelizmente, ele passou raspando, mas foi aprovado. Para sorte do país, foi jubilado na segunda tentativa, provando que não era só de economia que ele não entendia. A compulsão pela mentira está de volta ao cotidiano do Jair. Agora, dos Estados Unidos, onde passa férias compulsórias, mente, sem parcimônia, sobre a possibilidade de voltar à Presidência, mesmo sabendo que, caso permaneça livre, certamente ficará impedido de disputar eleições por longos anos.

Provavelmente estimulado por tio Donald Trump, tem se dirigido aos patriotas de araque com o argumento de que a missão não acabou. Não acabou para quem, cara pálida? Seu discurso beligerante e ultrapassado só convence os mesmos. Hoje, talvez nem esses. Para ampliar sua bagagem desgovernada, nos EUA tem visitado com relativa frequência pessoas e instituições sem nenhuma importância. Uma dessas visitas foi a um tal Safari Club, em Nashville, no Tennessee, encontro que reúne operadores de caça e pesca. Considerando que Nashville é a terra country dos americanos, quem sabe ele não se encontrou com Chitãozinho, Leonardo e Zezé de Camargo para uma moda de viola regada a pinga e pé de galinha. E a patroa? A dúvida de boa parte dos brasileiros também é a minha: Michelle quer que Jair fique nos EUA para preservá-lo de eventuais problemas ou para se preservar dele? O tempo dirá.

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