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Flávia e Celina

Amor, ódio e rancor aliados contra Moro

Publicado

Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque

Duas histórias de amor e ódio convergiram para um mesmo epílogo em Brasília. As principais personagens são duas supostas vilãs encarregadas de enfraquecer as ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública no combate à corrupção que atinge grande parcela de deputados, senadores e até governadores.

As chamuscadas energias do amor vêm de Flávia Arruda, deputada federal pelo PR, partido do marido José Roberto Arruda, coligado em Brasília com o MDB do governador Ibaneis Rocha. Ela pode até estar livre de suspeita de corrupção, mas o cônjuge, no jargão popular, é mais sujo do que pau de galinheiro.

O capítulo do ódio, associado a ressentimento e rancor, coube à também deputada federal Celina Leão, do PP, também da base de Ibaneis. Não bastasse o fato de a legenda dela encabeçar a lista de investigados na Lava Jato, a própria deputada é alvo de uma série de denúncias de malversação de dinheiro público e suposta venda de emendas parlamentares.

Celina com Ciro Nogueira, alvo predileto da Lava Jato. Foto/Arquivo Notibras

As duas se alinharam ao grupo de deputados que tiraram das mãos de Sérgio Moro o poderoso Coaf, principal instrumento que o ex-juiz da Lava Jato tinha para acabar justamente com os corruptos, mediante caça à lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, improbidade administrativa etc.

Porém, mesmo sem o Coaf – que passa para as mãos do seu colega Paulo Guedes, da Economia -, Moro tem ainda sob seu comando a Polícia Federal. E é justamente deles – delegados e agentes – que surgirão forças tarefas para colaborar com a Lava Jato, admitem assessores de Moro.

Desde que deixou a toga, o ministro Sérgio Moro começou a pisar firme na seara política. Interpretou costumeiros tapinhas nas costas e descobriu o caminho das pedras. E se ele sentir, ao longo dos próximos dias, que tirar dele o Coaf foi uma retaliação, a reabertura de operações do tipo Caixa de Pandora e Drácon vai ser um piscar de olhos, segundo admitem assessores próximos ao ministro.

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