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Aurora sobre o mar

Amor que não exige retorno

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

Sempre sonhei com o amor
como cavalo selvagem cruzando campos abertos,
sem mapa, sem destino,
apenas o desejo de encontrar
aquele brilho que faz a alma estremecer.

Esse sentimento que pulsa como música antiga,
que queremos guardar como relíquia viva
até o último sopro de existência.

Nem sempre ele chega,
às vezes passa como vento sem rosto,
mas há consolo em saber
que o coração soube amar com verdade.

Se eu partisse agora,
levaria comigo a dádiva de ter sentido
esse fogo sereno,
e de ter sido tocada por ele
com reciprocidade rara.

Também conheci o lado sombrio,
quando o amor brincava com minha essência,
sem devolver o gesto,
sem compreender o dom.

Outras vezes, fui alvo de afeto
que não pude acolher,
porque a centelha não acendeu,
e o corpo não tremeu.

Ainda assim, posso seguir em paz,
porque amei sem exigir retorno,
sem pesar o amor na balança da troca.

Nunca amei esperando espelho,
mas quando o reflexo veio,
foi como aurora sobre o mar.

Hoje escrevo para vocês,
companheiros de jornada:
ousem amar com coragem,
com entrega, com poesia.

Não importa se o amor volta,
ele já transforma ao nascer.
É semente que cresce por dentro,
mesmo que nunca floresça fora.

Vivam o amor como quem vive o céu,
sem querer tocá-lo,
mas sabendo que ele existe
e que é incomparável.

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