Crescer em Meio à Tempestade
Apesar dos traumas, ainda carregamos um sopro de esperança
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Crescer, hoje,
é andar descalço em chão de vidro,
carregando no peito um mundo pesado,
com a alma pedindo abrigo.
É fingir sorrisos na escola,
quando em casa tudo desmorona,
e cada grito ecoa no silêncio
de quem só queria paz em uma zona.
É ter o coração apertado sem saber por quê,
é chorar escondido no quarto,
enquanto o mundo lá fora gira,
e dentro tudo parece tão farto… de dor.
É viver com a ansiedade como companhia,
e a depressão sussurrando ao pé do ouvido:
“você não é suficiente…”
mas ainda assim levantar, mesmo partido.
Porque crescer assim não é escolha,
é resistência, é força que não se vê.
É acordar todos os dias e tentar de novo,
mesmo quando tudo diz que não vai dar pé.
Mas também é encontrar um raio de sol
num gesto, numa música, num amigo,
é perceber que dentro da escuridão
ainda pulsa um abrigo.
É aprender que pedir ajuda é coragem,
e que a dor, por mais cruel, não define quem somos.
É transformar a lágrima em raiz,
e florescer, mesmo entre escombros.
Crescer assim é lutar contra tempestades
com as mãos nuas e o peito aberto.
É tropeçar, cair, e ainda dizer:
“Eu estou aqui. Eu tô por perto.”
Porque apesar de nós, dos traumas, da solidão,
há em cada um de nós um sopro de esperança,
uma força que resiste e renasce
como criança que insiste em brincar…
mesmo sem confiança.
Então sim, crescer hoje dói.
Mas também ensina a ser luz,
mesmo quando tudo escurece,
e a alma quase desiste… mas reluz.