Apoiada por Ibaneis Rocha, Celina Leão lidera pesquisa de intenções de votos

Tenho a impressão de que, entre os pré-candidatos ao Buriti, apenas Celina Leão irá abrir um espumante e comemorar na virada de ano. Enquanto os demais lidam com incertezas, disputas internas e altos índices de rejeição, Celina aparece hoje como a figura mais confortável no tabuleiro eleitoral do Distrito Federal.

A pesquisa Marca (TSE MG-04370/2024), divulgada há poucos dias, ajuda a explicar esse cenário. Vice-governadora e sucessora natural de Ibaneis Rocha, Celina lidera com folga as intenções de voto. No cenário estimulado, ela alcança 39% das intenções, mais que o dobro do segundo colocado. Quanto ao índice de rejeição, um dado decisivo em eleições majoritárias, Celina também aparece em posição relativamente tranquila.

O segundo lugar, ocupado por José Roberto Arruda, com 19% das intenções de voto, vem acompanhado de um peso difícil de ignorar: a forte rejeição junto ao eleitorado brasiliense. E isso faz toda a diferença. Não basta pontuar bem; é preciso também não ser amplamente rejeitado, algo que Celina, ao menos por ora, consegue administrar melhor que seus adversários.

Aliás, quando se projeta um cenário sem Arruda, o caminho de Celina parece ainda mais tranquilo, inclusive com possibilidade de ser eleita no primeiro turno. Quanto a Arruda, apesar de estar afastado da política há mais de uma década, fica claro que a população do DF não esqueceu os escândalos que marcaram a trajetória do ex-governador. A memória política do eleitor, ao contrário do que muitos acreditam, não é tão curta assim.

Apesar disso, é preciso cautela. Falta muito para o pleito, e a política é dinâmica por natureza. Rejeições altas podem ser atenuadas, dependendo das circunstâncias, da narrativa construída e do contexto eleitoral. Arruda é um político experiente, conhece bem os atalhos e armadilhas do jogo e sabe exatamente quais movimentos podem ser feitos para tentar reverter as situações mais adversas.

Mas, olhando o cenário de agora, não parece exagero dizer que, entre todos os nomes postos, Celina Leão é quem chega ao fim do ano em posição mais confortável.