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Santo de barro

Aprendiz de feiticeiro, Hugo Motta aprende rápido a lição de como jogar sujo

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Autor/Imagem:
Rafaela Fernanda Lopes - Foto Lula Marques/ABr

Sinceramente, o Hugo Motta é o retrato perfeito do político que aprendeu rápido como jogar sujo e se dar bem. E sabem o que é pior? Ele faz isso com aquele ar de santinho, como se estivesse prestando um grande serviço ao país.

Ele posa de técnico, de moderado, de defensor da moral, mas por trás da pose, age como qualquer político da extrema direita: manipulador, oportunista e completamente obcecado por poder. A diferença é que ele faz tudo com um sorriso no rosto e uma Bíblia embaixo do braço, como se isso limpasse suas lambanças.

Hugo Motta não está em Brasília por convicção, está por conveniência. Ele negocia cargos, controla orçamentos como se fosse dono do cofre, distribui verbas pra manter aliados na coleira e empurra pra debaixo do tapete qualquer coisa que atrapalhe seus interesses. E quando é cobrado, se esconde atrás de discursos vazios e frases ensaiadas.

Ele não é polêmico e isso o torna extremamente perigoso. Porque ele representa o tipo de político que opera no escuro, vestindo a máscara de equilíbrio e bom senso. Ele age como se o Brasil fosse uma empresa da qual ele é sócio majoritário e finge estar preocupado com o país, mas só se importa com a própria carreira e com quem pode ajudá-lo a subir mais um degrau.

No fundo, Hugo Motta é só mais um herdeiro da velha política, disfarçado de nova geração. Um garoto que cresceu em berço político e aprendeu desde cedo a arte de enganar com classe. Ele não precisa gritar, não precisa bater na mesa. Só precisa continuar sorrindo, controlando comissões, liberando emendas seletivas e jogando o jogo sujo de quem já entendeu como se manter no topo sem nunca se comprometer com nada de verdade.

O Brasil está cheio de políticos como ele, mas ele é um dos que melhor encarna o cinismo disfarçado de competência. E enquanto gente assim continuar sendo tratada como “moderada” ou “estrategista”, a política vai continuar sendo esse cenário podre em que a população paga caro e os políticos saem sempre ilesos.

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Colaboradora permanente do Café Literário, Rafaela Lopes escreve eventualmente para outras editorias de Notibras

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