Favorita ao Buriti
Aprovação de Ibaneis (63%) alavanca nome de Celina Leão para 2026
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Uma nova pesquisa sobre a sucessão ao Governo do Distrito Federal divulgada esta semana, desta vez pelo Instituto Realtime BigData, mostra, a exemplo das duas últimas (Paraná Pesquisas e Instituto Ipespe) que a vice-governadora Celina Leão (PP) larga na frente na corrida ao Palácio do Buriti em 2026. A um ano do pleito, Celina aparece consolidada como o nome mais forte na disputa, tanto pela força de sua aliança com o atual governador Ibaneis Rocha (MDB) quanto pela percepção de continuidade administrativa, aprovada por 63% dos brasilienses, segundo o mesmo levantamento.
No cenário espontâneo, em que os eleitores citam nomes livremente, Celina registra 7% das intenções de voto, seguida por Ibaneis, com 4% — embora o emedebista esteja impedido de concorrer a um terceiro mandato consecutivo. No meio do caminho, ou seja, menos da metade, vêm Michele Bolsonaro (PL), com 3%; Damares Alves (Republicanos), 2%; e, empatados com 1%, Érika Kokay (PT), Leandro Grass (PT), Izalci Lucas (PL) e José Roberto Arruda (PSD). Outros 3% não opinaram, e o restante dos entrevistados se declarou indeciso.
Quando o instituto apresenta os nomes dos pré-candidatos em um cenário estimulado, os números ganham outra dimensão: Celina Leão salta para 48% das intenções de voto, enquanto José Roberto Arruda soma 20%. Na terceira posição aparece Leandro Grass, com 14%. Paula Belmonte (Cidadania) e Ricardo Capelli (PSB) figuram com 5% cada. Os votos brancos e nulos somam 9%, e 8% dos eleitores não responderam.
A vantagem de 28 pontos percentuais sobre o segundo colocado reforça a condição de favorita de Celina Leão e indica que o Palácio do Buriti poderá, pela primeira vez desde a época de Maria Abadia (PSDB), ter de novo uma mulher eleita pelo voto direto. O eleitorado feminino — maioria no DF, representando 54% do total — parece ser o principal alicerce dessa força.
Aliada de confiança de Ibaneis Rocha, Celina vem ampliando sua presença política em frentes estratégicas do governo, com agenda ativa junto ao Executivo local e interlocução direta com o Congresso e o Planalto. A consolidação de sua candidatura, portanto, tende a unir o campo governista em torno de um projeto de continuidade moderada, com viés pragmático e apelo de estabilidade.
Do outro lado, a oposição ainda tateia caminhos. Arruda tenta se reerguer politicamente após anos de ostracismo; Grass, mesmo com o apoio petista, ainda não empolga fora das bolhas progressistas, principalmente por ser ‘verde’ no partido; e Capelli, ex-interventor na Segurança Pública de Brasília que agradeceu beijando a mão de Celina, busca espaço num eleitorado cada vez mais fragmentado. Damares e Michele Bolsonaro, nomes de apelo conservador, não aparecem com competitividade expressiva — o que sugere dispersão entre os eleitores de direita.
O quadro atual, portanto, desenha um cenário de favoritismo sólido para Celina Leão, impulsionado pela alta aprovação do governo Ibaneis e pela ausência de um opositor capaz de galvanizar o descontentamento ou oferecer um projeto alternativo convincente. Se o eleitorado mantiver a tendência observada, 2026 poderá marcar a continuidade do grupo político que domina o Buriti desde 2019, agora sob o comando de uma mulher.
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Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras
