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Identidade pessoal

Arte interior bem combinada dá um tchan ao apartamento

Publicado

Autor/Imagem:
Marcelo Hermsdorf

Imagens podem marcar presença na decoração a partir dos mais diversos suportes: dos tradicionais, como pinturas e gravuras, aos contemporâneos, como pôsteres e fotografias. Combinar porém múltiplas formas de expressão artística, às vezes em um único ambiente, é tarefa que exige mais do que moradores dispostos a fugir do lugar-comum. Exige muita personalidade.

“Dar vazão ao desejo de identidade do casal de proprietários, sem abrir mão de um sentido de continuidade entre os espaços, foi nosso principal desafio”, comenta o arquiteto Flávio Butti, que assina, ao lado da sócia Alice Martins, os interiores deste apartamento no Jardim Europa, em São Paulo.

Localizado no 12º andar de um prédio dos anos 1970, o imóvel de 176 m² foi totalmente renovado. “Deixamos o apartamento ‘no osso’”, lembra Butti. “Quebramos tudo. O apartamento tinha uma planta bem desatualizada e cheia de divisões. Na cozinha havia uma janela enorme, virada para a lavanderia.”

Com amplas aberturas, o que garante luminosidade farta em todos os ambientes, o projeto eliminou divisórias. A separação entre a cozinha e o living, e entre este e o escritório, se dá por meio de portas de correr, que quando abertas não oferecem barreiras para a luz.

Concluída a reforma, todas as atenções da dupla se voltaram para o vasto acervo de imagens de interesse dos moradores. Mesmo antes de entrar no apartamento, por exemplo, quem chega é surpreendido pela pintura de uma torneira com um líquido escorrendo para dentro do imóvel. Tudo definido com o aval do casal. “A ideia deles era dar um toque divertido e inesperado ao hall do elevador, para deixar claro, logo na entrada, se tratar de um espaço fora do comum”, resume Alice.

Uma vez dentro do imóvel, o visitante logo se depara com uma fotografia de Felipe Morozini, da Zipper Galeria, retratando um personagem que parece meditar tendo a cidade como pano de fundo. Até que, ao menor desvio de olhar, é surpreendido pela vibração cromática da tela de Isabelle Borges, da Galeria Andrea Rehder, na parede do escritório, logo ao lado. Apenas na sala de jantar, o ritmo se torna um pouco mais suave, com paredes exibindo uma livre composição de porta-retratos de lugares e pessoas. “A proposta foi mesclar tudo, cores, formas e texturas”, explica ela.

Segundo a arquiteta, uma solução que pode dar bons resultados, mas desde que sem excessos e sempre levando em conta a opinião do cliente. O morador é um executivo, que viaja muito, que gosta de propostas mais ousadas. “Ele é carioca, mas mora há muito tempo em São Paulo. Penso que ele quis delimitar o seu espaço dentro da cidade”, diz.

Dentro da mesma perspectiva, até mesmo os objetos de design forma escolhidos para atuar como pequenas esculturas nos ambientes. Caso do lustre DNA, da Next, que ocupa o centro do living. Ou dos bonecos da Marche Art de Vie que escalam uma das paredes da sala. Tudo em contraponto a superfícies que exibem discretos tons pastel, assim como acontece na maior parte dos revestimentos, tecidos e móveis. “A proposta foi dar uma boa baixada de bola. As paredes já exibem informação suficiente.”

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