Festa acaba em sangue
Ataque terrorista abala Austrália com 12 mortes
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A barbárie voltou a romper a rotina de uma cidade que se orgulha da convivência pacífica. Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 29 ficaram feridas em um ataque a tiros na praia de Bondi, em Sydney, na noite de domingo (horário local), em um episódio que as autoridades australianas não hesitam em classificar como terrorismo. O alvo, desta vez, foi explícito: a comunidade judaica australiana.
O atentado ocorreu durante o evento “Chanukah by the Sea”, organizado para celebrar o primeiro dia do Hanukkah — uma data que simboliza luz, resistência e esperança. Em vez disso, foi transformada em cenário de ódio e violência extrema. Testemunhas relataram cerca de dez minutos de disparos contínuos, depois que os agressores desembarcaram de um carro compacto e abriram fogo contra a multidão com armas longas. Um dos mortos é um dos próprios atiradores.
O comissário da polícia de New South Wales, Mal Lanyon, confirmou o caráter terrorista do ataque. Já o primeiro-ministro Anthony Albanese foi direto ao afirmar que se trata de um ato de antissemitismo e terrorismo, lembrando que “um ataque contra australianos judeus é um ataque contra todos os australianos”. O premiê estadual, Chris Minns, resumiu o sentimento coletivo ao dizer que o episódio destruiu aquilo que deveria ser um momento de paz e celebração.
A gravidade do ataque aumenta com a informação de que dispositivos explosivos improvisados foram encontrados em um veículo ligado ao agressor morto, indicando que o massacre poderia ter assumido proporções ainda mais trágicas. Entre os feridos estão dois policiais, encaminhados a hospitais da região. As autoridades investigam a possível participação de um terceiro suspeito.
O alerta, no entanto, vai além deste episódio específico. O diretor-geral da Organização de Inteligência de Segurança Australiana (ASIO), Mike Burgess, afirmou que o nível de ameaça terrorista no país segue classificado como “provável”, o que significa uma chance estimada de 50% de novos ataques. É um dado alarmante, que escancara a urgência de respostas mais firmes.
Ataques terroristas, motivados pelo ódio religioso, étnico ou ideológico, não podem ser normalizados nem tratados como eventos isolados. Eles representam uma afronta direta à vida, à democracia e à convivência civilizada. A violência precisa acabar de uma vez por todas — não apenas com discursos de condenação após as tragédias, mas com ações concretas, cooperação internacional e políticas eficazes de prevenção. O mundo não pode continuar assistindo, inerte, à repetição desse ciclo de ódio e morte.