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Augusto Frederico Schmidt, acima de tudo, um polivalente

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José Escarlate

Jurista, professor e hábil político, o carioca Augusto Frederico Schmidt era o amigo de todas as horas do presidente JK. Inteligente, culto e hábil, cabia a ele escrever os discursos de Juscelino. Augusto Frederico Schmidt foi o verdadeiro mentor da criação da Operação Panamericana, proposta por JK. Seus discursos eram peças preciosas. “Não havia nenhum intervalo entre o que Augusto Frederico Schmidt falava e o que se precisaria escrever do que ele dizia.

Ele tinha absoluta correção e precisão na sua enunciação imediata, de tal forma que as falas de Schmidt eram textos impecáveis”. Entre setembro 1961 e julho de 1962, Augusto Frederico Schmidt ocupou o posto de Ministro das Relações Exteriores do Brasil. Renúnciou ao seu mandato de deputado federal, em agosto de 1961, para ocupar a representação brasileira da ONU.

Descendente de militares – seu avó lutara na Guerra do Paraguai e seu pai comandara o encouraçado Minas Gerais durante a Segunda Guerra Mundial – Augusto Frederico Schmidt não seguiu a carreira. Casado, não tinha filhos, dedicando-se à esposa, Edméia, e aos sobrinhos. Era um homem corpulento, com pouco cabelo, mas não calvo. Um carioca com raízes mineiras – a humilde Paracatu.

Um dia decidiu enveredar pelo mundo dos negócios criando a rede de supermercados Disco, que marcou época. Augusto Frederico Schmidt era possivelmente o mais ligado amigo do presidente Juscelino Kubitschek, que adorava se ver cercado de escritores e intelectuais. Dizem que quando falava, seus discursos pareciam que ele estaria lendo um livro, tal a perfeição.

Consta que em 1962, San Tiago foi homenageado com uma grande festa pela Universidadeda de Cracóvia, na Polônia – terra do Papa João Paulo II, que era então bispo da cidade -, concedendo-lhe o título de “Doutor Honoris Causa”. Os discursos se sucediam, com elogios de arrepiar. No momento de fazer o seu agradecimento, sentiu que não havia preparado um texto. Abre sua pasta de trabalho, tira de lá algumas folhas de papel em branco, e começa a “lê-las”.

Sucesso absoluto, o discurso de Schmidt foi muito aplaudido. Todo em francês, irretocável.

PV

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