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Aumento na conta de luz assusta moradores de comunidades

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Moradores do Vidigal, Babilônia e Chapéu-Mangueira, todas comunidades localizadas na Zona Sul do Rio, estão assustados e preocupados com o aumento expressivo nas contas de luz — algumas pessoas tiveram um salto de R$ 60 para até R$ 900, o que corresponde a um aumento de 1400%. De acordo com o G1,o problema começou depois que relógios digitais foram instalados das residências, mas tem gente com o sistema antigo com a mesma dor de cabeça.

“É um roubo o que eles [Light] estão querendo fazer com os moradores. Eu estou recebendo diversas demandas de moradores que estão pagando R$ 500 ou R$ 600. Essa transformação está diretamente relacionada à mudança do relógio analógico para o digital. Antes os moradores podiam fazer um controle, agora eles ficam sem saber o que fazer. Uma pessoa que mora apenas com a esposa e tem apenas um ventilador de teto em case pagar esse valor”, disse o presidente da Associação de Moradores da Babilônia, André Luiz de Souza.

A Light informou que avaliará os casos e tomará as providências caso sejam necessárias. A companhia ressaltou que alguns pontos devem ser destacados em relação ao valor da conta de energia.

“É importante avaliar o histórico de consumo dos 13 últimos meses, disponibilizado na conta de energia, comparando também o consumo atual com o mês de referência do ano anterior. Ao fazer as eventuais comparações das contas através do consumo em kw/h atribuído à unidade consumidora, os valores apresentarão diferença, por conta dos reajustes das tarifas e cobrança das bandeiras tarifárias homologados pelo órgão regulador (importante consultar a Aneel)”, informou a empresa por nota.

A cozinheira Léa Silva mora no Vidigal há mais de 13 anos. Em uma casa na parte baixa da comunidade, ela contou que ainda não foi instalado o relógio digital pela concessionária, mas já tomou um susto com a conta do mês de maio.

“Esse mês a minha conta pulou de R$ 60 para R$ 900. Na parte alta do Vidigal eles estão mudando o relógio, colocaram o digital. Cerca de 3 mil pessoas já têm esse relógio. Aqui embaixo ainda não instalaram. O nosso maior problema é a falta de luz e a oscilação constante. Quando a energia volta, volta arrasando. Eu acredito que quando dá esse baque altera relógio. Pedi uma aferição, mas eles dizem que está certo. É impossível eu moro sozinha. Eles [Light] querem que eu pague”, contou revoltada com a situação.

O presidente da Associação de Moradores do Vidigal, Marcelo Silva, afirmou que o problema na comunidade começou depois do início da implantação de uma nova rede na comunidade. “Nós nos reunimos com os diretores de Light e vimos que o projeto seria interessante. Mas quando as contas começaram a chegar pedimos para parar os trabalhos, pois muita gente estava reclamando”, contou.

Ação na Justiça

O técnico de contabilidade, Samuel Soares, é casado, tem três filhos e mora há 35 anos no Vidigal. Ele afirmou também que o problema começou com a instalação do relógio digital e sua conta de energia já chegou a R$ 3.456 — normalmente o valor pago era de R$ 20.

“Eu já entrei com uma reclamação do Procon e agora tenho uma ação nas ‘Pequenas causas’, pedindo a revistoria do relógio. Eu não tenho ar condicionado para ter uma conta dessas [valores recentes ficam em torno de R$ 400] e nem tenho condições de pagar. Enquanto estiver rolando o processo eles não podem cortar a minha luz”, disse Samuel Soares.

Marcelo Silva contou ainda que além do valor abusivo nas contas, várias casas tiveram o fornecimento cortado mesmo com débitos pagos.

“As pessoas pagavam e tinham a luz cortada, outros tiveram problema também com o cadastro — o número da conta não condizia com os dados do relógio. Tem uns moradores até com o nome no Serasa, porque eles dizem que primeiro tem que pagar e depois reclamar. Eh uma falha muito maior. O morador não quer parar de pagar, ele quer pagar uma taxa justa”, afirmou o presidente da associação de moradores do Vidigal.

Tarifa social

A companhia reiterou que todos os medidores instalados pela Light são homologados pelo Inmetro. Segundo a empresa, o cliente pode também solicitar aferição no medidor de energia através do Disque-Light Comercial. O prazo é de 15 dias a partir da solicitação e o custo do serviço caso a reclamação seja improcedente é pago pelo cliente.

A Light ainda informou também a possibilidade de inclusão na Tarifa Social de Energia Elétrica para consumidores que possuem o Número de Identificação Social (NIS) ou Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), com descontos de até 65% na fatura.

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