Pinguço
Aura de santidade cai como a quebra de voto de silêncio
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Michele Bolsonaro, sempre cercada de uma aura de santidade, fé e muito silêncio seletivo. Eu, como boa observadora, não posso deixar de admirar essa habilidade: quando o assunto envolve luxo, escândalo e gente próxima em apuros, ela domina a arte de sumir das palavras. É quase um milagre: o dom da omissão.
Comecemos pelos famosos cheques de Fabrício Queiroz. Quem nunca recebeu depósitos de um amigo de confiança, não é mesmo? Acontece nas melhores famílias, principalmente quando o amigo é acusado de operar rachadinhas. Mas Michele tratou o caso como se fosse um trocado esquecido no fundo da bolsa: simplesmente não comentou.
Depois vieram as joias sauditas. Um escândalo internacional envolvendo presentes milionários e uma coleção que faria inveja a qualquer rainha do Oriente Médio. Michele recebeu as peças em mãos, conforme amplamente noticiado, mas, claro, tudo com aquele ar de “herança espiritual”, nada a declarar, apenas um brilho divino no pescoço.
E como se não bastasse, temos os parentes envolvidos em crimes comuns. Prisões por tráfico, por golpes, pedofilia e delitos variados… Uma árvore genealógica que daria uma ótima série policial. E, mais uma vez, Michele permaneceu firme no seu voto de silêncio. Talvez ela tenha interpretado mal o “não nos deixeis cair em tentação” e resolveu não nos deixar cair em explicações.
A mesma Michele Bolsonaro, que parece gostar tanto do silêncio, ontem chamou Lula de pinguço. Antes de apontar o copo de cerveja do outro, talvez fosse melhor dar uma olhada no baú de crimes e contradições que ela carrega em casa.