Recordação
Ausência
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Sentindo tua ausência, amo-te com a intensidade de um sol que jamais se põe.
A existência é breve, e o tempo dança com pressa entre o véu do crepúsculo e o primeiro suspiro da aurora. Enquanto minha alma vagueia pelos labirintos floridos do coração, a saudade se veste de seda e desfila como uma musa em busca de colo.
Na travessia entre o sal de uma lágrima e o afago invisível do vento, chega a lembrança joia antiga guardada no relicário do peito do tempo em que a felicidade morava em mim como um pássaro em seu ninho.
Enquanto a brisa acaricia as pétalas do jardim, o riacho murmura uma canção de veludo, evocando emoções que, embriagadas de passado, arrancam suspiros com gosto de eternidade.
Este instante é feito de névoa e nostalgia, onde as memórias me conduzem por trilhas que ardem como brasas sob os pés da alma.
No abismo da existência, onde os sentimentos encenam seus dramas sob holofotes de lembrança, a recordação é um toque lento quase sagrado que roça minha pele e revela a essência de um espírito que se embriaga nos braços da poesia.