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Um formigueiro

Baratona e Raparigueiros fecham a folia do brasiliense

Publicado

Autor/Imagem:
Luciano Nascimento

No último dia de carnaval, os blocos Baratona e Os Raparigueiros levaram uma multidão ao Eixo Monumental. Este ano, os tradicionais blocos desfilaram nas proximidades da Torre de TV. No início da noite, a Polícia Militar estimava que mais de 6 mil foliões mostravam toda disposição para encerrar a terça-feira de carnaval.

Apontado como um dos maiores blocos de carnaval do Distrito Federal, Os Raparigueiros realizou seu primeiro desfile no Eixão Sul em 2017. Este ano, o bloco tem dois trios elétricos para animar os brincantes.

Criado em 1992, o bloco Os Raparigueiros completa, em 2018, 26 anos de folia nas ruas de Brasília. Inicialmente eram pouco mais de duas dezenas de brincantes. De lá para cá, a festa mudou bastante.

De bar em bar – Com a festa comandada pela Banda Trem das Cores, a Baratona é uma espécie de irmã mais velha dos Raparigueiros. O bloco foi fundado em 1976, quando, segundo os organizadores, tinha como princípio parar de bar em bar, premiando aquele folião que conseguisse chegar ao destino completamente bebum.

Em comum, os dois blocos apresentam um repertório marcado pelo som de músicas baianas, como o axé, além de funk, sertanejos e arrochas. A mistura acaba fazendo a cabeça de muitos foliões, que acompanham o percurso que sai da Torre de TV, passa em frente ao Palácio do Buriti, faz a curva no Memorial JK e volta pelo sentido contrário do Eixo.

Participando pela primeira vez do desfile, a estudante Tatiane Camilo disse ter ficado surpresa com a dimensão do carnaval brasiliense. “É a primeira vez que venho ao carnaval. Achei muito organizado e fiquei surpresa com a festa: está aprovada! Não vi tanta violência, a polícia fechou muitas ruas e, fora ter que dar muitas voltas para chegar aqui, está tudo tranquilo”, declarou.

Acompanhada do amigo Leonardo Tavares, Tatiane disse que na véspera pulou carnaval no Galinho de Brasília, outro bloco tradicional da capital federal, e que se divertiu bastante. “Nunca fui de sair no carnaval, mas está tudo aprovado”, afirmou Tatiane. O amigo concordou. “Estou aqui, tomando cerveja sem álcool porque estou dirigindo. Mas posso dizer que o carnaval está tranquilo, com segurança e muita diversão”, relatou.

Surdodum – Mais cedo, o brasiliense pode iniciar a despedida do carnaval com muita sátira política, diversão para crianças e festa. Considerado, o bloco mais tradicional de sátira política do País, o Pacotão, abriu os desfiles da terça-feira de Momo. Em seus 38 anos de sátira, o Pacotão que sai na contramão da W3 norte sentido W3 sul escolheu para este ano satirizar a saúde do presidente Michel Temer.

O pacotão também criticou a proposta de reforma da Previdência e as denúncias de corrupção envolvendo integrantes do governo. A concentração do bloco, marcada para as 15h, teve como destaque a presença da banda Surdodum. Formada por um grupo de pessoas com deficiência auditiva, a banda já é conhecida da cena cultural brasiliense por sua desenvoltura musical.

Formado em 1994, o Surdodum trabalha a inclusão por meio de instrumentos de percussão. Ontem o Surdodum desfilou, em Taguatinga, com outro bloco tradicional de Brasília, o Asé Dudu. Hoje à tarde, a banda levantou os foliões que aguardavam a saída do pacotão. Como a servidora pública Caroline Chaves, que foi assistir ao bloco depois de um convite de uma amiga.

“Eles não têm igual. A gente nunca imagina que pessoas com deficiência auditiva pudessem puxar um bloco e animar a gente da forma como eles estão fazendo”, disse Caroline, enquanto balançava ao som do batuque que reproduzia a batida do grupo Baiano Olodum.

Acompanhada do esposo, a servidora pública Rodney Coelho considerou o Surdodum a maior surpresa do carnaval este ano. “Está muito melhor do que os outros lugares em que passamos. São pessoas que a gente é acostumado a excluir de muitas atividades do dia a dia e que estão mostrando o quanto este tipo de postura é pequena”, comentou.

O esposo endossou a opinião, “Vim aqui ver o grupo. Eles tocam muito bem, é impressionante. É a melhor banda que vi tocando até agora”, disse Coelho. “Aplauso é tudo o que eles merecem”, acrescentou Caroline enquanto fazia os gestos em libras para aplaudir a banda.

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