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Prisão de ventre

Bastardo sem glória, Congresso engole falo como um pepino gigante

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Autor/Imagem:
Misael Igreja - Foto de Arquivo

Humanidade, sensibilidade, consciência e solidariedade são palavras e sentimentos que só fazem parte do dicionário dos estultos quando eles sofrem de cinco a seis dias com a prisão de ventre. Aí vale tudo para que seus excrementos mentais saiam por todos os poros. Com todos os adjetivos negativos à disposição, o povo inserido nesse grupelho é amargo por natureza. É o caso daqueles que se insurgiram contra o recente gesto humanitário de uma juíza que ordenou a retirada das algemas e ofereceu café e casaco a um preso durante audiência de custódia. A ação da magistrada Lana Leitão Martins, do Tribunal de Justiça de Roraima, mereceu homenagens da Ordem dos Advogados do Brasil.

Ela apenas ofereceu café e um casaco ao cidadão Luan Gomes, que demonstrava estar com frio enquanto era ouvido. A atitude cristã e solidária da juíza desagradou aos que nasceram de uma obrada maldada. Habituados a morder falos gigantes como se fossem pepinos recém-colhidos, os bastardos da vida cristã gratuitamente caíram de pau na moça que apenas cumpriu determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Vesgos nos olhos superiores e no inferior, optam pela galhofa nas redes sociais, isto é, sorrateiramente, mas normalmente se borram de medo quando, como réus, se sentam em frente a alguém com muito mais inteligência do que eles.

Soube pela mídia que o rapaz nada teve a ver com o crime do qual era acusado. Admitindo a hipótese de que ele realmente é de má índole, os que criticam a conduta da moça de toga devem ser de péssima origem. Acostumados a viver de mal com Deus e com o Diabo, essas pessoas merecem todas as honrarias que lhes são repassadas pelos “patriotas” de sabedoria reconhecida somente para a colheita dos dízimos, das rachadinhas e da sobra das emendas parlamentares. Que me perdoem os santos do pau oco, mas é a sensibilidade contra a imbecilidade.

Para sorte dos sensíveis, os estúpidos jamais passarão disso. Morrerão obtusos, parvos, apalermados e anônimos. Quanto à juíza execrada, seu gesto de sensibilidade foi visto em todo o planeta. Essa é a diferença entre os ignaros e tolos e os receptivos e piedosos. Os deputados que utilizaram contra a magistrada a habitual polarização política bem que poderiam criar uma nova fórmula de ataque. A velha ladainha do “privilégio para bandidos” já cansou até a alma do obtuso mor, Olavo de Carvalho, mentor das asneiras escritas, radiofonizadas e televisionadas a partir do gabinete do ex-mito do fim do mundo. Também recentemente, o ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol indagou nas redes: “No que se tornou o Brasil?”.

A resposta a ele e aos deputados federais que pensam e agem igual ou pior do que ele é simples: com vocês, que quase destruíram a democracia e adoram criticar quem age corretamente, o Brasil é uma merda. Graças a Deus, vocês são vozes roucas, quase inaudíveis. Sem vocês, certamente se tornaria uma das maravilhas do Universo. Como a maioria dos demagogos de plantão chegou longe demais, talvez seja mais elementar afirmar que o gato se antecipou e enterrou o que eu e o Brasil pensamos dele.

A verdade é que, sem espaço, propostas, ideias e razão, simulacros de parlamentares como os que temos não servem nem para imitar o miado dos políticos que já ocuparam as cadeiras que as excelências de hoje temporariamente ocupam. Saibam que 2026 está logo ali. Queira Deus que o Brasil não os veja de volta à Casa em que já circularam Ulysses Guimarães, Ricardo Fiúza, Roberto Cardoso Alves, Gastone Righi, Luiz Eduardo Magalhães, Miro Teixeira, José Genoíno, Célio Borja e Ibsen Pinheiro, entre outros. Todos tinham ideologia. A diferença é que eram mais sábios e respeitavam a dos outros. São esses os políticos que sobraram para nós?

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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