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Subserviência diplomática

Biden manda e Bolsonaro veta vacina Sputnik

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Bartô Granja, Edição

As relações entre Brasília e Moscou podem esfriar a curtíssimo prazo. Motivo: a decisão da Anvisa em vetar o uso no Brasil da vacina Sputnik, já utilizada em dezenas de países para combater o novo coronavírus. Esse é o entendimento do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla da língua moscovita). O Kremlin suspeita que por trás da decisão da Anvisa, esteja uma determinação da Casa Branca ao Palácio do Planalto.

“A decisão da Anvisa de adiar o registro da Sputnik V pode ser motivada politicamente. Isso é confirmado pelos dados do relatório do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos de 2020, que fala abertamente dos esforços do departamento de pressionar as autoridades brasileiras e forçá-las a recusar a compra da vacina russa”, enfatizou o RFPI. Em nota, o órgão enfatizou que os “comentários técnicos” da Anvisa sobre a Sputnik V “não correspondem com a realidade”.

O Departamento de Saúde dos Estados Unidos, em seu relatório anual de 2020 declarou publicamente que o adido de saúde dos Estados Unidos “persuadiu o Brasil a rejeitar a vacina russa contra a Covid-19”. De acordo com o diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, Aleksandr Gintsburg, a Anvisa não solicitou visita ao local de fabricação da vacina russa, lembrando que o centro não nega isso a ninguém, mas que há regras s serem seguidas.

“A agência reguladora do Brasil [Anvisa] não me solicitou [a visita] na qualidade de diretor do centro, isso posso dizer com certeza. O regulador argentino (a Argentina está usando a Sputnik em sua campanha de vacinação em massa) nos contatou e já os recebemos diversas vezes. Não negamos o acesso a ninguém, mas há determinadas regras, estas visitas são coordenadas com o Ministério da Saúde da Rússia”, afirmou Gintsburg.

A Anvisa, surpreendentemente, decidiu não recomendar a importação excepcional e temporária da vacina russa Sputnik V. A análise dos diretores justificou o posicionamento alegando falta de dados e risco de doenças por falhas na fabricação. O imunizante também está sendo produzido no Brasil pela União Química, em suas unidades de Brasília e São Paulo.

A vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 foi o primeiro imunizante contra o novo coronavírus a ser registrado, ainda em agosto de 2020. De acordo com resultados de estudos clínicos publicados em fevereiro na revista médica The Lancet, a Sputnik V tem eficácia de 91,6%. Dados da inoculação de 3,8 milhões de pessoas na Rússia mostram que a eficácia da Sputnik V é de 97,6%.

Até agora o imunizante já foi aprovado em 60 países, sendo a segunda vacina mais aprovada por órgãos sanitários no mundo. Diversos países sul-americanos já aprovaram o imunizante, incluindo México, Argentina, Bolívia, Venezuela e Paraguai.

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