Bizarrices indicam rumos do surto político global

Não sei se o mundo ficou maluco e os políticos só acompanharam, ou se os políticos surtaram primeiro e o planeta resolveu embarcar junto nessa viagem sem volta.

O fato é que estamos vivendo um tempo estranho, em que a bizarrice política deixou de ser exceção e virou estratégia. Outro dia, Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, postou uma imagem de si mesmo vestido de Papa. De batina branca, mitra na cabeça e tudo. Aparentemente, ele agora quer comandar almas, não só nações. E o pior: tem gente levando a sério.

Enquanto isso, do lado de cá do Equador, Jair Bolsonaro resolveu competir no campeonato da bizarrice escatológica e publicou uma foto das próprias vísceras, direto do centro cirúrgico. Poucos dias antes havia publicado o procedimento de retirada de uma sonda nasogástrica. Parece piada, mas é o Brasil.

A política, que já foi arte de argumentar, virou um show de horrores. Os limites da decência estão sendo empurrados pra frente como se fossem cones de trânsito em obra mal sinalizada. Já não se sabe mais o que é meme, o que é delírio, o que é plano de governo e o que é surto.

É bizarro, e, infelizmente, é real.