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Mistério desfeito

Bolha circular mostra triste fim de estrela solitária

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Svetiana Ekimenko/Via Sputniknews - Foto Divulgação

A maioria das estrelas do Universo está presa em galáxias, separadas por vastas distâncias chamadas de espaço intergaláctico, onde apenas as estrelas solitárias ocasionais podem ser encontradas. Mas os astrônomos acreditam que um círculo misterioso emanando ondas de rádio, chamado J0624-6948 e descoberto perto da Grande Nuvem de Magalhães (LMC), uma galáxia satélite da Via Láctea, é evidência da morte de uma estrela solitária.

A descoberta, descrita em um artigo publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, veio depois que os cientistas estudavam vários círculos espaciais intrigantes e emissores de rádio, chamados Odd Radio Circles, ou ORCs, descobertos pela primeira vez usando um dos mais poderosos radiotelescópios do mundo, o Australian Square Kilometer Array Pathfinder.

Os ORCs, que os cientistas determinaram serem esferas, aparecem como círculos por causa da perspectiva. A falta de uma galáxia central óbvia em J0624–6948 a diferencia dos ORCs detectados anteriormente. Em outras diferenças importantes, o índice espectral da emissão de rádio no caso de J0624-6948 é mais plano que o de ORCs. Além disso, o recém-descoberto Odd Radio Circle é maior.

Miroslav Filipovic e seus colegas analisaram várias teorias, como a de que J0624-6948 era simplesmente um ORC muito maior. Outra era que era uma super-explosão originária de uma estrela perto do centro galáctico, ou jatos de um buraco negro supermassivo ativo distante.

Eventualmente, apenas uma teoria foi considerada consistente com o fenômeno que eles observaram. “A explicação mais plausível é que o objeto é um remanescente de supernova intergaláctico devido a uma estrela explodida que residia nos arredores da Grande Nuvem de Magalhães que sofreu uma supernova do tipo Ia degenerada única que envolve a explosão de duas estrelas orbitando uma à outra”, disse Filipovic.

Segundo ele, “o que potencialmente descobrimos é um remanescente único de [uma] supernova que se expandiu para um ambiente intergaláctico rarefeito – um ambiente que não esperávamos encontrar em tal objeto. Nossas estimativas apontam para a idade de cerca de 2.200 a 7.100 anos.”

J0624-6948 pode ser o primeiro remanescente de supernova intergaláctica já identificado. De acordo com o estudo, uma associação com a Grande Nuvem de Magalhães faria J0624-6948 ter cerca de 155 anos-luz de diâmetro. Há necessidade de observações de acompanhamento com instrumentos como o ASKAP e seu homólogo sul-africano MeerKAT, ressaltam os cientistas.

“Esses novos radiotelescópios podem captar uma variedade de objetos esféricos. Devido aos efeitos combinados de alta sensibilidade, boa amostragem espacial e ampla cobertura de área, eles estão enriquecendo nossa compreensão do Universo”, concluiu Miroslav Filipovic.

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