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Bobos da corte

Bolsonarismo dorme no colo de Trump e acorda com o sapo barbudo no lombo

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Jr - Foto de Arquivo

A família Bolsonaro pretendia dar continuidade à tragédia grega iniciada em 2018. Graças ao amadorismo de alguns de seus membros, o país e os brasileiros, inclusive os bolsonaristas de meia pataca, estão livres de uma nova desgraça social, política e econômica. Lembrando que o próprio clã contribuiu para que Donald Trump descobrisse a tempo que o Brasil não é Casa de Mãe Joana, vale registrar que há ditados populares que parecem ter sido feitos sob medida para uma ou mais pessoas. Nunca antes na história deste país, foi tão fácil lembrar que quem brinca com fogo amanhece mijado que os que falam demais dão bom dia a cavalo.

Foi o que ocorreu com aconteceu com a família Bolsonaro e com os meninos maluquinhos que seguem as ordens de Jair Bolsonaro, o rei da pornochanchada política e, agora, gargalham com os arroubos do mestre das patifarias externas, o republicano presidente dos Estados Unidos da América e não do Brasil. Graças a Deus e a todos os caboclos de plantão nas igrejas evangélicas.  Em menos de 12 horas, o sonho dourado da tomada de poder à força se transformou em pesadelo avermelhado, aquele em que os protagonistas dos horrores ficam ruborizados com a possibilidade de entrega antecipada do poder que imaginavam só para eles.

A turma do Brasil é meu e ninguém toma dormiu por cima da carne seca e acordou com o sapo barbudo coaxando no ouvido de cada um o sagrado mantra: cheguei primeiro no pedaço, ninguém tasca. Pois bem, meus caros “patriotas”. Se acharam que iriam nadar de braçada no mar que Donald Trump tentou tornar revolto, deram com os burros n’água, se afogaram em lágrimas e acabaram sentindo bem antes do tempo planejado pelos antagonistas o peso das braçadas vencedoras de Luiz Inácio sobre o lombo já calejado dos bobos da corte.

Como eles não sabem perder, a tendência é que novamente assistam pela Globo Lixo o desfile a céu aberto de Lula presidente. Se fizerem questão, o presidente norte-americano pode ser convidado para trabalhar como mestre de cerimônia. Na primeira fila, certamente lá estará a dupla Cocó e Ranheta, ressignificada e rebaixada de Hugo Motta e Davi Alcolumbre. É aquela velha história de que quem procura acha. Acharam! Do dia para a noite, conseguiram desconstruir a imagem de democratas, nacionalistas, libertários, sérios, bonzinhos, corretos, patriotas e humanos.

Se mostraram como sempre foram: aprendizes de ditadores, falsos profetas, odiosos e, principalmente, submissos aos rompantes circenses de líderes que confundem o Brasil com uma província de quinta categoria. Com a intromissão destrambelhada de Donald Bolsonaro Trump, os corvos tentaram desfulanizar o provinciano golpismo de 8 de janeiro de 2023 e, simultaneamente, defecar na cabeça do atual e quase futuro inquilino do Palácio do Planalto. Na prática, não só cagaram nos próprios pés como recarregaram as tintas do carimbo de amadores profissionais.

Principal bobo da corte republicana na Casa Branca, um senhor conhecido por Steve Bannon sugeriu que se o Brasil extinguir os processos judiciais pelos quais Bolsonaro é réu, o governo Trump retira as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. Provavelmente, a imbecilidade foi proposta antes que o sujeito lesse a carta enviada por Lula da Silva ao rei do besteirol norte-americano. No documento, Lula reitera o que todos já sabíamos, menos os bolsonaristas: “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência exclusiva da Justiça brasileira”. Em outras palavras, o presidente quis dizer o seguinte: Trump cuide de seus BOs. Nós cuidamos do Brasil. Lembrando o 13 de Mário Jorge Lobo Zagallo, tudo indica que vocês terão de novamente engolir o 13 de Luiz Inácio. Aguardemos.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978   

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