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Povo abandonado

Bolsonaro gasta em arma temendo a própria sombra

Publicado

Autor/Imagem:
Sérgio Mansilha

Quando nossa nação não consegue acender as luzes do povo brasileiro, quando não podemos ajudar aqueles que sofrem ao receber tratamento da Covid-19, e quando não podemos garantir educação e assistência médica digna a todos os nossos cidadãos, como é possível justificarmos gastar mais bilhões no orçamento do Ministério da Defesa que não funciona para combater inimigos que não existem?

Quando se trata de gastos militares, nosso orçamento de defesa é astronômico. No governo de Jair Bolsonaro o Ministério da Defesa teve um aumento de gastos superior à evolução das despesas de outros Ministérios como o da Saúde e Educação, que não sofreram alterações em suas estruturas nos últimos cinco anos.

Se a perspectiva mais sombria, ousada e belicosa da segurança em nosso País desencadeia pontadas instantâneas de ansiedade e alarme entre os sofridos brasileiros, provavelmente há um benefício perverso ao desconforto.

O pensamento que molda esse plano de defesa mais assertivo é baseado em uma crença fundamental; que mais cedo ou mais tarde, todos chegarão à mesma conclusão sobre ameaças ao nosso Brasil e, mais cedo, é preferível que mais tarde.

Um pouco como combater um vírus, o tempo é tão precioso quanto o dinheiro quando uma nação está tentando repelir um avanço indesejado desse Covid-19.

Um nível de consentimento das pessoas também é muito importante, e é por isso que a linguagem contundente “que só ele entende” de nosso Presidente Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento abrupto do “ambiente de segurança benigno” é calculado para levar o cidadão brasileiro a aceitar esse desatino, e já estamos pagando por isso.

Bilhões para café da manhã e mais no almoço. Os gastos do Ministério da Defesa no Brasil são generosos e representam uma boa parte da produção econômica do país, ainda mais desde que a Covid-19 está quebrando a nossa economia.

Nenhuma quantidade de linguagem estridente e quase nenhuma quantidade de gastos adicionais podem garantir uma mudança de cultura em uma organização de defesa notória por devorar bilhões no café da manhã, receber mais no almoço e exigir um suplemento para o jantar.

Por que não pensar numa redução real nos gastos militares que só pode advir de um recálculo mais sério das prioridades e estratégias vigentes. Enquanto o Brasil adotar esse primado, precisará gastar uma parcela significativa do orçamento nas forças armadas.

A adoção de uma grande estratégia de restrição, por outro lado, permitiria reduções substanciais de custos. Nossos vizinhos são amigáveis e fracos. A leste, encontram-se o oceano Atlântico que impede ameaças significativas à pátria de potências estrangeiras.

O fechamento de quartéis e unidades militares obsoletos e excedentes, por exemplo, pode gerar uma economia substancial de custos.

Os gastos com defesa são os piores na criação de empregos. Se gastássemos tanto dinheiro em infraestrutura, assistência médica ou qualquer outra área de competência do governo, criaríamos o dobro de empregos. Se você deseja mais empregos e, portanto, uma economia mais forte, os gastos com defesa podem não ser a melhor maneira de fazê-lo.

Por fim, tentar defender a população Brasileira é muito caro.

Pense nisso.

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