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Briga pela PF

Bolsonaro perde paciência e ataca Moraes e o STF

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Autor/Imagem:
Mário Camargo, Edição

O presidente Jair Bolsonaro decidiu partir para o confronto contra o Supremo Tribunal Federal. Menos de 24 horas após dizer que respeita as decisões do Judiciário, ‘porque os poderes da República são independentes’, ele decidiu recorrer do ato que proibiu a posse de Alexandre Ramagem na direção-geral da Polícia Federal. “Foi um gesto político dele (Alexandre de Moraes, ministro do STF). E tudo tem um limite”, afirmou Bolsonaro na saída do Alvorada na manhã desta quinta, 30.

Bolsonaro prometeu recorrer da decisão de Moraes. Ao justificar o impedimento da posse de Ramagem, o ministro argumentou que a nomeação feria o princípio da impessoalidade na administração pública e lembrou que o indicado é amigo do presidente e de seus filhos. Também pesou o faton de Sérgio Moro, ao se demitir, ter dito que o presidente tenta interferir politicamente na PF. Moraes levou em conta as considerações de Moro em sua decisão.

“Se não pode estar na PF, não pode estar na Abin também. No meu entender, uma decisão política, política. E ontem [quarta] comecei o pronunciamento falando da Constituição. Eu respeito a Constituição e tudo tem um limite”, afirmou o presidente. O presidente disse esperar que, após o governo apresentar o recurso, a decisão do tribunal seja tão rápida quanto a que suspendeu a nomeação de Ramagem.

“O governo vai recorrer. Conversei com o Jorge [Oliveira, ministro da Secretaria-Geral], conversei também com outros ministros. E vai recorrer. Lamento agora que não tem tempo. Agora demora semanas, meses. Eu espero que seja tão rápida quanto a liminar”, continuou Bolsonaro. Ele afirmou que o governo estuda um novo nome, até que se libere a nomeação de Ramagem. Após a demissão de Maurício Valeixo, a Polícia Federal passou a ser comandada pelo substituto direto, delegado Disney Rosseti, fiel aliado de Moro, e isso preocupa o Planalto.

O presidente disse que ainda não engoliu a decisão de Moraes. Para Bolsonaro, a atitude do ministro não condiz com o tratamento que merece um presidente da República. “Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes. Não engoli. Não é essa a forma de tratar um chefe do Executivo que não tem uma acusação de corrupção, que faz todo o possível pelo o seu país, sacrifica sua família, sacrifica seus amigos, sacrifica a todos”, reclamou Bolsonaro.

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