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Dia D

‘Bolsonaro tem queijo e faca na mão; basta querer’

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Autor/Imagem:
Major-brigadeiro Jaime Sanchez

Depois de assumir o lugar de Teori Zavascki na relatoria da lava jato, no início de 2017, o ministro Edson Fachin deu a falsa impressão de que seria um defensor daquela operação e do combate à corrupção no Brasil.

Colocado numa confortável posição na “garantista” segunda turma, provavelmente mancomunado com seus pares, podia tranquilamente votar sempre contra os intermináveis recursos da defesa de Lula, na certeza de que seria sistematicamente derrotado, e manteria a sua máscara intacta até a chegada do momento oportuno, planejado para o golpe de misericórdia.

Esse dia chegou com a declaração de incompetência da vara de Curitiba, complementada com a suspeição do então juiz Sérgio Moro, e deixará gravado na lápide da operação: “Aqui jaz a operação lava jato, que ousou desafiar o poder da corrupção institucional no Brasil, covardemente morta por seu relator“. 8 de março de 2021.

Que outra razão haveria para o próprio relator determinar a anulação de todos os processos contra Lula originado naquela vara, em decisão monocrática, após a Suprema Corte haver negado centenas de Habeas Corpus da defesa do “ex-ladrão”, vastamente argumentados e calcados em fartos pareceres jurídicos, muitos deles alegando a incompetência de Curitiba e a suspeição do Juiz Sérgio Moro?

Em sua decisão, o ministro Fachin afirmou não haver conexão entre os crimes atribuídos a Lula e a investigação de atos de corrupção na Petrobras.

Afinal, de onde vieram os recursos para o pagamento das propinas mencionadas nos depoimentos dos presidentes da Odebrecht, OAS e outras grandes empreiteiras?

Agora, todos os processos arrolados na decisão voltarão à estaca zero para ser julgados em Brasília, onde ele já foi absolvido em três processos, dentre os quais está o de integrar organização criminosa, conhecida como quadrilhão do PT, e de onde até hoje não recebeu qualquer sentença.

Aliás ele nunca soube de nada, desde o mensalão, ou foi enganado pela Dona Letícia.

Com essa manobra, Fachin traçou o mapa da mina para a enxurrada de anulações por incompetência e suspeição, que já começou.

Depois de Lula, já vieram Mantega, decretado pela 2ª turma e Alexandre de Moraes anulou decisão de Bretas que havia transformado Temer e Moreira Franco em réus por fraudes em contratos firmados para um projeto de engenharia na usina nuclear de Angra 3.

Espera um pouco! Angra 3 não é no Rio? Onde está a incompetência? Moraes não foi indicado por Temer para desfrutar mais de 20 anos de vida nababesca na Suprema Corte? Como fica o princípio da suspeição?

A partir de agora, as anulações de sentenças irão disputar espaço com a pandemia no cenário nacional, com a vantagem de seus protagonistas contarem com a cumplicidade da mídia marrom.

Chega-se à conclusão de que Suas Excelências são especialistas em incompetência e suspeição, já que essas são as marcas registradas do Império herdado onde reinam absolutos.

Basta lembrar os Baratas de Gilmar, os Andrés do Rap de Marco Aurélio, os traficantes das comunidades do Rio, sem policiamento, graças ao Fachin, os ladrões soltos por Toffoli na operação “Custo Brasil”, e outros incontáveis favorecimentos ao crime organizado.

Por tudo isso, o jornal Folha de S. Paulo publicou declaração de Barroso de que “no Supremo Tribunal Federal haveria “gabinetes distribuindo senhas para a soltura de corruptos”, fazendo menção a uma suposta “ação entre amigos” para a liberdade de criminosos e acobertamento de casos relacionados à corrupção”.

Essas características ficam evidentes no voto proferido pelo ministro Lewandowski no julgamento da suspeição do Moro, cujo vídeo viralizou e mostrou um arranca-rabo entre ele e Barroso, revivendo a baixaria do embate de anos atrás entre o mesmo Barroso e Gilmar Mendes sob o mesmo tema.

Assim votou Lewandowski: “A operação provocou o desmantelamento de importantes setores da economia nacional, principalmente a indústria petrolífera e a sua cadeia de fornecedores … a lava jato retirou 142,6 bilhões da economia brasileira, ou seja, a operação produziu três vezes mais prejuízo econômico do que aquele que ela avalia ter sido desviado com a corrupção; isso, fora milhões de desempregados que a operação causou”.

Barroso retrucou: “Então, para o senhor o crime compensa!”.

Sem mais palavras, senhor presidente. O Brasil está perdendo prestígio no cenário internacional e suas instituições estão completamente desmoralizadas perante a sociedade.

O 1º de maio tem que ser o dia “D”, atendendo à manifestação que sairá às ruas sob o tema “#eu autorizo, Presidente”.

É agora ou nunca!

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