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Rédeas nas investigações

Bolsonaro coloca Coaf no BC e esfria Lava Jato

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Autor/Imagem:
Marcelo Brandão - Pretta Abreu, Edição

A Lava Jato, já atormentada com a Lei de Abuso de Autoridade aprovada na semana passa pela Câmara dos Depiutados, sofre mais um duro golpe nesta segunda, 19, com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de transferir o Coaf do âmbito do Ministério da Economia para o Banco Central. Antes sob o guada-chuva de Sérgio Moro, ministro da Justiça, o órgão, mesmo após passar para a equipe de Paulo Guedes, ainda era visto como um dos principais braços de investigação para assessorar a Lava Jato.

A mudança foi feita via Medida Provisória. A decisão foi anunciada no meio da noite pelo Palácio do Planalto. Antes conhecido como Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf passa a ser chamado agora de Unidade de Inteligência Financeira. O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que antes de tomar a decisão, Bolsonaro conversou sobre o assunto com os ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes.

Rêgo Barros garantiu que a  UIF que não perderá o caráter colaborativo com outros órgãos e manterá o perfil de combate à corrupção, embora inspetores da Receita e procuradores do MPF entendam diferente. “Essa mudança não inviabilizará esse combate tão importante. Foi dentro desse contexto que o presidente fez, por meio do assessoramento dos ministérios da Economia e da Justiça, essas pequenas modificações a fim de, posicionando essa unidade de inteligência financeira, obter dela a mais eficiente e eficaz ação”, disse o porta-voz, procurando dar transparência à decisão e acalmar ânimos mais exaltados.

Criado em 1998, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Coaf é uma órgão de inteligência financeira do governo federal que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro. A reforma administrativa do governo do presidente Jair Bolsonaro previa a transferência do conselho para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A medida, no entanto, foi rejeitada pelo Congresso Nacional, que manteve o órgão subordinado ao Ministério da Economia.

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