Bolsonaro vira candidato, esquece corrupção e ataca Lula

O presidente Jair Bolsonaro já é oficialmente candidato para mais um mandato na própria cadeira que ocupa no Palácio do Planalto. O lançamento da candidatura foi neste domingo, 24, no Rio, em convenção do PL (partido que ele abraçou dede que abanou as fileiras o extinto PSL). Em discurso, o capitão convocou o povo às ruas no 7 de Setembro, para mostrar que o Brasil é verde e amarelo – cores da campanha dele. O vice na chapa será o general Braga Netto.

Para um público estimado em 12 mil pessoas, que ocupou as arquibancadas do Maracananzinho, Bolsonaro usou parte do discurso para relembrar ações do seu governo e fez acenos ao eleitorado feminino, justamente onde ele encontra mais rejeição, segundo os mais diferentes institutos de pesquisas. Para isso, deu a palavra à primeira-dama Michelle, que discursou em tom religioso, e citou ações do governo na área social.

Bolsonaro voltou a atacar seu opositores e o Supremo Tribunal Federal. “Nós militares juramos dar a vida pela pátria. Todos vocês aqui juraram dar a vida pela sua liberdade. Esse é o nosso Exército, Braga Netto, o povo. Um Exército que não admite corrupção, não admite fraude, quer respeito e vai ter. É um exército com 210 milhões de pessoas. Não ousem tocar na liberdade do meu povo”, afirmou, sem citar ois escândalos que envolveram seu governo principalmente nos ministérios da Saúde e da Educação.

Dizendo que é preciso respeitar a Constituição e jogar dentro das quatro linhas, o presidente voltou a criticar os ministros do STF. “Nós não vamos sair do Brasil. Nós somos a maioria, nós temos disposição para luta. Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de setembro, vá as ruas para a última vez. Vamos às ruas pela última vez. Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Tem que entender que quem faz as leis são o Pode Executivo e o Legislativo. Tem que jogar dentro das quatro linhas das constituição”, disse.

Ainda no campo ideológico, ele intensificou críticas à esquerda e apresentou seu lado conservador, com críticas à suposta “ideologia de gênero”, afirmando que seus opositores defendem que as crianças sejam “introduzidas ao sexo” com apenas 5 anos de idade nas escolas.

Sobre seu principal opositor (e líder nas pesquisas) Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro afirmou que seu adversário prega o controle da mídia e relacionou esse assunto ao fato de “a maioria dos jovens gostar de mexer no celular”. Ainda segundo o presidente,  Lula pretende legalizar o aborto e as drogas no Brasil, caso volte à Presidência da República.

Lula foi definido por Bolsonaro como “cachaceiro de nove dedos”, “descondenado” e “bandido”. Bolsonaro disse ainda, ignorando mais uma vez a roubalheira no MEC e na Saúde, entre outros órgãos, que o governo federal está há três anos e meio sem corrupção e que os “jovens de esquerda” devem fazer uma comparação entre os dois governos antes de escolher o voto.