Curta nossa página


Lembrando Elza

Brasil perdido; carne mais barata é a do povo

Publicado

Autor/Imagem:
João Zisman

O Brasil assiste atônito o desprezo institucional pelo ser humano. Bondade e amor ao próximo foram trocados pelos discursos de ódio. O distanciamento social transcende o físico para estabelecer moradia no pensamento de quem nos governa, assim como o racismo brasileiro já não mais se reserva às cores da pele. O ódio estimulado é o sentimento que parece prevalecer entre as pessoas que pensam diferente. Não se vê moderação. As instituições estão em pé de guerra, enquanto o racismo estrutural se pluraliza. A espetacular Elza Soares rasga o verbo e atinge a alma de quem a escuta, quando canta que “A carne mais barata do mercado é a carne negra (…)”. Ouso me aproveitar da arte viva de Elza para me apropriar de parte da letra dessa crônica em forma de poema para parafrasear: A carne mais barata do mercado é a carne do brasileiro. Só cego não vê/Que vai de graça pro presídio/E para debaixo do plástico/E vai de graça pro subemprego/E pras valas de quem morre de Covid/A carne mais barata do mercado é a do brasileiro.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.