Mobilização nacional
Brasil precisa dar basta na violência contra mulher
Publicado
em
Entre tantos casos de feminicídio e violência contra a mulher que marcaram o país nesses últimos dias, há um nome que não consigo tirar da cabeça: Catarina Kasten. Catarina era professora, pesquisadora, uma jovem de apenas 31 anos que sonhava alto, que estudava com dedicação, que construía um caminho bonito na vida acadêmica. No dia 21 de novembro, quando saía para a aula de natação, foi estuprada e assassinada em Florianópolis.
Dizer isso em voz alta ainda me atravessa como um golpe. Catarina era estudante de pós-graduação no Programa de Estudos Linguísticos e Literários da UFSC. Formada em Letras – Inglês em 2022, atuava como professora, era admirada por colegas e docentes. Falavam dela como alguém talentosa, disciplinada, comprometida. Uma mulher que tinha planos firmes: concluir o mestrado e seguir para o doutorado. Havia tanto futuro em suas mãos, mas que lhe foi arrancado com brutalidade.
E quando penso em Catarina, penso também em tantas outras mulheres cujas vidas foram interrompidas pela violência. Cada uma delas tinha uma história, uma família, sonhos. Todas nos faltam. Todas deveriam estar aqui.

https://www.instagram.com/levantemulheresvivas/?igsh=bmE2bmhwZ2NoOGQy#
É por isso que hoje vamos marchar. Marcharemos em memória de Catarina e de todas que perderam a vida no Brasil. Marcharemos para dizer que basta, que o país não pode aceitar como rotina a morte de mulheres. Nossa marcha é pelo fim da violência contra mulheres, e o chamado é para que a sociedade inteira ocupe as ruas, vista roxo, levante faixas, cartazes, vozes. Vamos pedir justiça, vamos exigir que as políticas de proteção sejam efetivas, reais, presentes onde mais fazem falta.
Em Brasília, a manifestação acontecerá a partir das 10h, na Torre de TV. Outras cidades também estarão mobilizadas. Para saber datas, locais e horários, é só conferir o Instagram do Levante Mulheres Vivas.
Hoje caminhamos com tristeza, mas também com determinação. Que Catarina Kasten seja lembrada não apenas pela tragédia que sofreu, mas pela potência da mulher que era e pelo compromisso que renovamos, juntas e juntos, de lutar para que nenhuma de nós seja silenciada.