Brasília não vê (e sofre) com tanta chuva assim desde os saudosos idos dos anos 80
Rafael Alves
De 1º a 22 de janeiro de 2016, os brasilienses tiveram um dos inícios de ano mais chuvosos dos últimos 30 anos. Até sexta-feira (22), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 365,5 milímetros, quase 120 milímetros a mais do que a média para todo o mês de janeiro registrada desde 1986, que é de 247,4.
Períodos curtos, com muita chuva concentrada, causaram alagamentos nessa sexta-feira (22) em várias localidades de Brasília, como em tesourinhas e passagens subterrâneas das Asas Sul e Norte. Em Brazlândia, agentes da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, precisaram interditar parcialmente uma via por causa do acúmulo de água e do desabamento de uma barreira, próximo a quadra 12 do Setor Tradicional.
Neste sábado (23), as chuvas voltaram a alagar vários pontos do DF. Entre eles, a tesourinha da 109/110 Sul, que foi interditada pela Polícia Militar. Na comercial da 210 Sul, a Defesa Civil montou uma base móvel para monitorar e mapear as ocorrências na cidade.
“Na maior parte dos locais onde tivemos alagamentos, as chuvas foram concentradas e os sistemas de drenagem não suportaram. A Defesa Civil acompanha de perto todos os casos e, até o momento, só foram registrados danos materiais, não tivemos vítima”, explicou o subsecretário de Proteção e Defesa Civil, coronel do Corpo Militar de Bombeiros Sérgio Bezerra.
Chamados – As equipes da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) receberam, até as 19h30 de hoje, 45 chamados para desobstrução de bocas de lobo por todo o Distrito Federal.
Por volta das 16h30, funcionários da Novacap começaram a limpeza da tesourinha da 109/110 Sul. No local, utilizaram um caminhão caçamba e um trator Bobcat para retirar a lama deixada pela chuva. Na 209 Sul, bombeiros ajudaram na drenagem da água do subsolo de cinco lojas que ficaram alagadas.
Barragem – Por causa do grande volume de água dos últimos dias, três comportas da barragem do Lago Paranoá estão abertas em 20 centímetros. O processo para manter o reservatório com nível equilibrado e não ultrapassar o limite máximo de 1.000,8 metros acima do nível do mar, estabelecido pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento, começou na quinta-feira (21), com a abertura de duas comportas em 15 centímetros.
Agência Brasília
