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Hecatombe no asfalto

Briga generalizada acaba em nocaute dos machões

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Bem ali no bairro Alameda dos Sonhos, na maranhense São Luís, a confusão era tamanha, que ninguém mais sabia quem batia, quem apanhava, quem havia começado e muito menos quando é que iria acabar. Mas o sangue corria solto, deixando o asfalto escorregadio. Cuidado com a navalha! Ela não escolhe carne para cortar, seja macia ou de segunda.

Nenhuma das cadeiras em pé, quiçá nas mãos de alguns mais afoitos que as seguravam como armas, prontos para acertar a cabeça de desafetos, que eram tantos, que eram todos, que ninguém sabia o porquê. Quem se importava a essa altura? Que acertasse bem em cheio para ver os miolos espalhados pelo chão. Aí, sim, a coisa ficaria bonita! Nem Caravaggio, muito menos Munch seria tão impactante.

Ninguém mais sabia se o grito era seu ou de outrem. Pra quê? Todos estavam surdos diante da razão, que, naquele instante, provavelmente estava fazendo sala em outro bairro. Talvez na Dinamarca ou, mais provável, na fronteira entre a Suíça e Campos do Jordão.

Apesar das forças se esvaindo, aquele bando cismava em manter os pés enfincados ao solo. Um tapa a mais, um último rabo de arraia, o derradeiro safanão. Todos, praticamente ao mesmo tempo, desabaram naquela dura e pegajosa rua. As cabeças, ainda presas àqueles corpos tão injuriados, se viravam até onde conseguiam. Que hecatombe!

O silêncio, após algum tempo, se tornou presente. Enquanto isso, acima de tamanha irracionalidade, o Sol travava mais uma luta ferrenha contra as nuvens espessas, para que o dia amanhecesse com o brilho dos seus raios. Será que vai dar praia?

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