Festa completa
Brincadeiras, cultura e sorrisos no Dia das Crianças nordestinas
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No coração do Nordeste, o Dia das Crianças não é apenas uma data no calendário — é uma celebração da vida, da inocência e da alegria que transborda dos becos, das praças e dos quintais de chão batido. O sol, sempre presente e generoso, parece sorrir junto com os pequenos, iluminando cada canto onde o riso ecoa.
As ruas se enchem de cores: bandeirolas tremulam no vento, balões dançam nos varais e o cheiro de pipoca se mistura ao do bolo de milho que assa no forno de barro. É dia de festa. De brincar de amarelinha riscada com carvão no chão, de rodar pião, de soltar pipa que corta o céu azul enquanto os olhos seguem, encantados, aquele voo livre que parece sem fim.
Nas comunidades, as escolas e associações se transformam em palcos de alegria. Tem teatro de bonecos contando histórias do sertão, tem maracatu mirim batendo o tambor do futuro, tem ciranda de meninos e meninas de mãos dadas, girando e cantando sob o som do triângulo e da sanfona. Cada sorriso é um retrato vivo da resistência e da esperança.
Mesmo onde falta muito, sobra imaginação. Um pedaço de sabugo vira boneca, uma lata velha se transforma em carrinho, e a terra vira cenário de aventuras inventadas. Porque o brincar, no Nordeste, é arte aprendida com o coração — simples, livre e cheio de poesia.
Ao final da tarde, quando o sol começa a se esconder por trás dos mandacarus, as crianças correm com os pés descalços e os cabelos ao vento, levando no rosto a alegria de quem, por um dia inteiro, foi apenas o que é de mais bonito no mundo: criança.
E o Nordeste sorri junto — com sua gente, sua cultura e sua eterna capacidade de transformar o pouco em festa.