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30 milhões

Buriti investe pesado para aumentar produção rural

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Hédio Ferreira Jr/Via Agência Brasília - Foto Paulo Carvalho

Em 2021, o objetivo do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento (Seagri), foi claro: apostar na produção rural e auxiliar os produtores, principalmente da agricultura familiar, diante da pandemia da covid-19. Assim, o governo distribuiu maquinário e incrementou a liberação de crédito rural, superando investimentos em relação a 2020.

Mesmo com uma área agricultável bem menor que todos os estados brasileiros, o Distrito Federal se destaca pela alta produtividade e acaba servindo de laboratório de aproveitamento de espaço. Só em volume de grãos, destaque entre as safras locais, a produção anual ultrapassou 750 mil toneladas com destaque para o feijão, a soja e o milho.

De janeiro a outubro, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) liberou cerca de R$ 8,8 milhões por meio de 284 projetos de crédito elaborados para produtores rurais do Distrito Federal. O valor em dez meses é maior que o registrado nos 12 meses de 2020, que somaram R$ 7,3 milhões. Um incremento de 20% de aumento na liberação de crédito.

Do total do recurso aprovado até agora, R$ 3,4 milhões são provenientes do Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), modalidade destinada a produtores rurais individuais assistidos pela Emater, associações e cooperativas de produtores rurais e empresas rurais.

O Distrito Federal tem 20.148 produtores rurais (dados de 2020). Deste total, 8.954 são agricultores familiares e 11.194 são patronais. Juntos, os dois grupos produzem pelo menos 160 produtos em mais de 139 mil hectares de terra.

Os dez produtos agrícolas mais cultivados no DF são soja, milho, feijão, alface, tomate, feno, palmeiras em geral, morango, couve e pimentão.

A produção orgânica é menor, porém também significativa. São 257 produtores cadastrados com orgânicos no Ministério da Agricultura. Em uma área de 598,36 hectares foram cultivadas mais de 90 variedades de alimentos como alface, couve, brócolis, cenoura, cebolinha, beterraba, espinafre, couve-flor e banana.

Em 2021, pelo segundo ano consecutivo, a Festa da Goiaba de Brazlândia foi realizada em formato drive-thru, como forma de prevenir a propagação da covid-19. O evento foi um sucesso e refletiu o trabalho de uma produção cuja receita bruta é de mais de R$ 26,6 milhões aos produtores locais.

No DF, a produtividade da fruta é maior do que a média nacional. A colheita chega a 27,5 toneladas por hectare, enquanto a média do país é de 26,4 toneladas por hectare.

A Festa do Morango, realizada em setembro, também comemorou os frutos. Atualmente, cerca de 200 famílias cultivam morango no Distrito Federal. Aproximadamente 95% desse total é da região de Brazlândia. Só em 2021, foram plantados 150 hectares da fruta, cuja safra está estimada em 4,5 mil toneladas, que devem gerar uma receita bruta R$ 50 milhões.

Apoio com maquinário
O GDF segue na implementação de políticas públicas de estímulo à produção agrícola do pequeno produtor. Este ano, foram entregues 104 conjuntos de máquinas e implementos agrícolas a 20 associações e cooperativas representativas de produtores rurais do DF e Entorno. Ao todo, 916 famílias foram beneficiadas.

Além de tratores e microtratores com implementos (um kit de suporte a esses equipamentos), o governo fez a entrega de tanques resfriadores de leite. A aquisição dos equipamentos totalizou um investimento de mais de R$ 2,2 milhões.

Para o secretário de Agricultura, Cândido Teles, os maquinários ajudam muito na produtividade e qualidade do que é plantado pelos produtores. “Esse é um compromisso que o governador Ibaneis tem com o campo. E com certeza o campo dá esse retorno, abastecendo a população com produtos agropecuários de qualidade.”

Irrigação de qualidade
Em 2021, foram investidos R$ 7 milhões na recuperação de canais de irrigação. A entrega de 33 km de novas tubulações vai levar o abastecimento de água à produção de pequenos agricultores. Nos últimos dois anos, foram recuperados mais de 50 km de canais de irrigação e 3,5 mil km de estradas, e regularizados mais de 22 mil hectares de terras rurais.

A recuperação, que elimina até 50% de perdas de água por evaporação ou infiltração, representa segurança na produção para os agricultores. Com a revitalização do Canal do Rodeador, por exemplo, é esperada uma economia de 150 a 170 litros por segundo. O canal é um dos maiores do DF, com 33 km de extensão.

“O canal do Rodeador é um exemplo clássico de economia que beneficiará também a cidade. Se a gente fizer uma análise de economia, essa água economizada é suficiente para abastecer uma cidade com até 100 mil habitantes”, ressalta o assessor técnico da Emater Edvan Ribeiro, que acompanha de perto todas as obras que estão sendo realizadas nos canais.

Incentivo financeiro
O Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR) fomentou negócios de mais de 400 produtores rurais. O programa do GDF já investiu R$ 28 milhões na aquisição de maquinários, animais e suplementos para aquecer a produção no campo.

Atendendo a um compromisso de governo com os agricultores, o Banco de Brasília (BRB) deu prosseguimento ao fomento do setor por meio de planos diferenciados. Em 2021, só de crédito rural, o BRB registrou R$ 515 milhões de saldo com crescimento da carteira de 58,7% no acumulado do ano e 13,9% no terceiro trimestre de 2021.

Cartão Prato Cheio
Para as famílias em vulnerabilidade social, o governo ofereceu na rede ampla de proteção que vai desde a produção do alimento, por meio da agricultura familiar, até a entrega do Cartão Prato Cheio e a refeição que é servida nas unidades socioassistenciais e nos restaurantes comunitários.

A política de segurança alimentar e nutricional do DF foi considerada referência nacional, de acordo com pesquisa feita pela universitária Shawanda Oliveira, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). O estudo teve com o foco os resultados com a implementação do Cartão Prato Cheio, que fornece R$ 250 para as famílias em vulnerabilidade social comprar alimentos, e a Cesta Verde, parceria da Sedes com a Seagri para garantir uma alimentação saudável a esses usuários.

Nos 14 restaurantes comunitários do Distrito Federal, todo o cardápio é preparado pelas empresas parceiras sob gestão da Sedes para garantir que as refeições sejam balanceadas, na quantidade correta, com todos os nutrientes necessários. Por dia, são servidas, em média, 22 mil refeições, ao custo de R$ 1 cada.

Uma parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e da Agricultura também viabiliza a entrega das cestas verdes para os beneficiários do Cartão Prato Cheio, que concede crédito mensal de R$ 250 durante seis meses para as famílias comprarem alimentos.

O programa foi criado para atender a uma situação temporária de insegurança alimentar e nutricional. O benefício vale por seis meses.

A agricultura familiar ganhou um reforço de R$ 2 milhões por meio de compras diretas de cestas de alimentos pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Os produtos foram repassados a famílias em situação de vulnerabilidade.

Até a primeira semana de dezembro, o governo investiu mais R$ 5.127.300,00 na aquisição de 162 cestas verdes de 13 quilos cada. Uma nova chamada pública, em fase de contratação, vai investir R$ 79.996,80 na aquisição de 20.512 litros de leite pasteurizado integral, fomentando ainda mais economia da agricultura familiar.

O estímulo à área rural também passa pela recuperação de estradas de terra para dar mais conforto para milhares de estudantes. Em 2021, o GDF iniciou o projeto Caminho das Escolas, que vai pavimentar as estradas que são acesso às 50 escolas rurais.

“Com esse projeto, levamos dignidade para as crianças chegarem às escolas num trecho pavimentado. Já fizemos, por exemplo, no Núcleo Rural Lamarão, no Núcleo Rural Cariru e na Escola Olhos d’Água, na região de Ceilândia. É um programa grande, que envolve muitas escolas. A expectativa é dar continuidade e fazer mais escolas em 2022”, explica o diretor do DER, Fauzi Nacfur Júnior.

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