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Balangandãs

Buriti manda PM do 8 de janeiro garantir a chegada de Bolsonaro

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José Seabra, Diretor-Editor - Foto de Arquivo

Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, bateu o martelo: o fujão ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) terá um aparato de ‘segurança especial’ à sua disposição ao desembarcar em Brasília na quinta-feira, 30. A Polícia Federal, solicitada a ajudar, negou-se a prestar qualquer apoio logístico, por entender que não se trata de nenhuma autoridade.

Esse trabalho diferenciado, portanto, caberá única e exclusivamente à Polícia Militar, a mesma que, num primeiro momento (e até que fosse anunciada a intervenção na Secretaria de Segurança Pública) assistiu de braços cruzados terroristas depredando o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, fazendo da Praça dos 3 Poderes um verdadeiro Inferno.

O gesto de Ibaneis Rocha, interpretado como uma regalia (afinal, o governador apoiou e acompanhou até a contagem do último voto a frustrada candidatura à reeleição de Bolsonaro), não foi bem visto pelo Palácio do Planalto. Tanto que na segunda, 27, chegou ao Palácio do Buriti uma mensagem do outro extremo do Eixo Monumental: qualquer distúrbio (os bolsonaristas estão convocando uma motociata para recepcionar seu ‘mito’) será atribuído diretamente a Ibaneis.

O governador, como já foi dito aqui em Notibras, está numa sinuca de bico, dada a sua condição de bolsonarista-raiz. Não sabe se agrada a Deus ou a Mamon. Mas, como é um jurista respeitado, deve avaliar, na qualidade de profundo conhecedor da Constituição, que rumo tomar para não pisar em falso.

Ao pé da letra, o que o governador está oferecendo a Bolsonaro é um mimo indevido. Se a moda pega, José Sarney (MDB), Fernando Collor (PL), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), todos ex-presidentes da República, poderão solicitar, sempre que vierem a Brasília, o mesmo tratamento dado a um chefe de Estado.

No caso específico de quinta-feira, ainda não se sabe se a Polícia Militar se apresentará no Aeroporto JK de uniforme de campanha (e campana) ou em farda de gala, com todos aqueles balangandãs peculiares aos militares. No Palácio do Planalto, tem ministro lavando as mãos, como Pilatos.

É certo que o clima político em Brasília está tenso. Mas em todos os cenários hipotéticos, diz-se que Lula não é Jango; e que a programada e suspensa viagem à China, está com o carimbo sine die.  Por fim – é o que se comenta -. se alguém tiver de ser crucificado em consequência de eventuais balbúrdias, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, dar o veredito. Mesmo porque, o inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro continua aberto nas mãos do Xerife Xandão.

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