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Caesb projeta usar a água do Paranoá para consumo da população

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A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) planeja iniciar, a partir de 2018, o uso do Lago Paranoá para abastecimento dos moradores. O órgão garante que essa nova função não reduzirá o volume hídrico da barragem nem comprometerá a qualidade da água. Pelos próximos 40 anos, serão atendidas cerca de 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, nos condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville; e em Sobradinho.

“Não há perigo de qualquer queda no nível da água, uma vez que a quantidade a ser retirada — 2,8 metros cúbicos por segundo, equivalente a quase três mil litros — é admissível, se levarmos em conta a capacidade do Lago Paranoá”, afirma o assessor especial da Diretoria de Engenharia da Caesb, Antonio Harada. Ele lembra que o Lago é formado pelos Córregos Bananal e Riacho Fundo e os Ribeirões do Torto e do Gama.

“O objetivo é suprir a demanda gerada com a regularização das novas áreas de habitação nessa face leste do DF”, explica Harada, que estima investimento de R$ 480 milhões nas obras de adequação previstas para o próximo semestre. Uma estação de tratamento será construída para cuidar da limpeza dessa água, pois já existem o licenciamento ambiental e o projeto executivo. Falta abrir o edital de licitação.

A Caesb pretende implantar o sistema Corumbá e o subsistema Bananal, além do Paranoá. Esses novos serão responsáveis pela produção de quase 7 metros cúbicos por segundo. Atualmente, o DF possui dois grandes produtores de água, o Descoberto e o Santa Maria/Torto, responsáveis por 85% da produção do DF. Os outros 15 % ficam sob a responsabilidade de pequenos sistemas, como a utilização de poços profundos.

A produção de água no DF atinge, em média, 8,4 metros cúbicos por segundo, o equivalente a 8,4 mil litros de água. Ou seja, essa é a vazão e o uso; não existe sobra.

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) assegura que vai acompanhar periodicamente o nível da água no lago. Atualmente, a instituição faz esse monitoramento e divulga no site (http://www.adasa.df.gov.br/) os índices para cada mês e as variações máximas e mínimas.

“Vamos estar presentes no desenvolvimento desse projeto para assegurar a permanência dos usos múltiplos do lago; temos que manter o compartilhamento consciente para todos os fins”, afirma o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Rafael Melo. O Lago Paranoá funciona como área de lazer, recreação, esporte, turismo, geração de energia e composição paisagística de Brasília.

A Adasa assegura a boa procedência do recurso hídrico. “Tanto nós quanto a Caesb recolhemos amostras para pesquisas, e todas estão apontando níveis favoráveis para o consumo”, completa Melo.

Morador da Asa Norte e usuário do Lago Paranoá para atividades profissionais e de lazer, o empresário André Luiz de Morais, de 37 anos, não se mostra preocupado com a possibilidade de baixa no nível da água, mas acredita que o monitoramento feito periodicamente prevenirá problemas.

“A Adasa e a Caesb sempre estão aqui fiscalizando”, disse André Luíz. “O importante é lembrar à população que não pode haver exagero no consumo, nem por parte dos empresários nem do cidadão comum.”

André mora em uma das áreas que será abastecida pelo lago. O professor não mostra preocupação com a qualidade: “É possível ver a olho nu que a água é limpa e transparente; quando ela passar pelo processo de tratamento, certamente estará pronta para o consumo”.

Ádamo Araujo, Agência Brasília

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