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Cai a máscara de Agnelo (e os Canhedo levam 15 mi do Buriti)

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Por quatro décadas, a família Canhedo fez fortuna ao construir um império no transporte público de Brasília. Com o controle de um terço do mercado, faturava R$ 800 mil por dia com o vaivém dos passageiros, enquanto colecionava reclamações constantes dos usuários pelos maus serviços prestados.

Dono de uma frota sucateada de quase mil ônibus, com idade média de 15 anos, o clã foi afastado do comando dos negócios em dezembro, quando o governo do Distrito Federal (GDF) decidiu intervir nas três empresas do grupo Viações Planalto (Viplan), presidido por Wagner Canhedo Filho, primogênito do ex-controlador da Vasp Wagner Canhedo.

A intervenção ocorreu logo após a Justiça proibir o GDF de pagar as dívidas das antigas companhias de ônibus por considerar inconstitucional o pagamento de dívida privada com dinheiro público. Mas, ao assumir o controle da Viplan, o governo distrital passou a arcar com as indenizações trabalhistas dos cerca de 3 mil funcionários que o grupo resistia a demitir.

É o que mostra reportagem da nona edição da Revista Congresso em Foco, que já pode ser acessada por assinantes em sua versão digital ou comprada, em sua versão impressa, tanto pela internet quanto nas bancas.

A família Canhedo alegava não ter dinheiro em caixa para pagar os funcionários, após perder o direito de continuar a explorar a concessão. A Secretaria de Transportes estima a despesa com as rescisões em R$ 15 milhões, valor bancado integralmente pelo contribuinte do Distrito Federal, profundo conhecedor dos atrasos e das más condições dos veículos da Viplan.

A polêmica medida é contestada pela seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF, que insiste na inconstitucionalidade da utilização de recursos públicos para o pagamento de dívida privada. O GDF nega ter tentado driblar a Justiça com a intervenção e diz que vai cobrar a conta das empresas na Justiça.

Fundador da Viplan e pai de Canhedo Filho, o empresário Wagner Canhedo ficou conhecido nacionalmente em 1990, quando comprou a Vasp. Com falência decretada em 2005, a empresa deixou um rastro bilionário de dívidas. Só os débitos fiscais e as indenizações trabalhistas reivindicadas na Justiça por ex-funcionários – distribuídos em quase 5 mil processos – estão estimados em R$ 1,5 bilhão.

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