Sexta-feira
Calor humano do gaúcho fez soprar frio na espinha dorsal de Bolsonaro
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Na última sexta-feira eu saí para dar uma volta por Porto Alegre e foi impossível não sentir o clima diferente que tomava conta da cidade. As ruas estavam cheias, os bares lotados, as praças vivas. Era como se a cidade inteira tivesse decidido respirar junto, celebrar junto, ocupar o espaço público com alegria.
Bolsonaro havia sido condenado na quinta-feira, mas todos sabiam que a sexta seria o dia oficial das comemorações. E foi bonito de ver. Não era apenas festa: era um sopro de esperança, um gesto coletivo de quem acredita que a justiça pode prevalecer, que a democracia pode se fortalecer. Vi jovens cantando, famílias reunidas, gente brindando em mesas de bar, abraços demorados entre desconhecidos que, por alguns instantes, se reconheciam no mesmo desejo de futuro.
Porto Alegre tem esse poder de se transformar em palco político e afetivo ao mesmo tempo. Caminhar por ela naquela noite foi caminhar dentro de uma cidade orgulhosa, que não se calou, que escolheu se reunir para marcar um momento histórico. E eu, no meio de tudo, me senti parte de algo maior, como se cada sorriso, cada aplauso e cada batuque fosse também um pedaço da minha própria comemoração.