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Calote do Buriti se alastra e ameaça empresas terceirizadas

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O atraso de 4 meses no pagamento das faturas dos contratos com empresas que terceirizam serviços para o GDF permanece, mesmo depois de três audiências no Ministério Público do Trabalho. Através da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região – Brasília, o MPT investiga denúncia feita pelo SINDESP/DF – Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistema de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores do Distrito Federal – de que a Secretaria da Saúde/DF não vêm cumprindo com seus compromissos com a empresa Ipanema Segurança Ltda.

Desde novembro as audiências vem sendo remarcadas pela Procuradora do Trabalho,Vanessa Fucina Amaral de Carvalho, diante da ausência de representantes da Secretaria da Saúde em alguns encontros ou do fato de que um representante da Secretaria da Fazenda tem mantido a informação de que o governo não tem recursos para pagar as dividas.

Essa semana, o GDF acenou com a possibilidade de pagamento de uma parte do que a Ipanema Segurança Ltda tem a receber. A intenção anunciada em audiência no MPT é de que através de operações do Refis o governo possa arrecadar recursos e repassar no próximo dia 16, R$ 13 milhões à empresa, que tem a receber cerca de 30 milhões em faturas atrasadas. Recursos que deveriam cobrir a folha de pagamento mensal e estão saindo dos cofres da empresa para poder manter os serviços.

Para o presidente do SINDESP/DF, Irenaldo Pereira Lima, o repasse desse dinheiro é importante mas não resolve o problema porque o valor é insuficiente até para pagar os salários de novembro dos trabalhadores que fazem a vigilância e a segurança nos hospitais.

“Na sexta-feira, dia 05, a Ipanema, assim como as demais empresas prestadoras de serviços, tem que pagar os salários de novembro. Na Ipanema a folha representa R$ 7 milhões. No dia 15 a empresa precisa depositaro décimo-terceiro salário e até o dia 05 de janeiro, a folha de dezembro. Só isso já consome muito mais do que os R$ 13 milhões prometidos”, alertou Irenaldo.

A situação da Ipanema Segurança Ltda não é exclusiva nem novidade. Pelo menos metade das empresas que terceirizam serviços de vigilância no Governo do Distrito Federal, cerca de 8empresas, não recebem as faturas dos contratos há 4 meses. Segundo o presidente do SINDESP/DF, isso representa uma média de prejuízos em torno de R$ 30 milhões de reais por empresa.

O Distrito Federal tem hoje 21 mil e 800 vigilantes registrados. 40% desse efetivo trabalha para o GDF, ou seja, o não pagamento das faturas pode provocar o atraso de salários e benefícios dequase10 mil trabalhadores.

Nos setores de limpeza de hospitais e escolas, nas portarias e serviços gerais de prédios públicos e até na coleta de lixo urbano, a situação é a mesma. Sem receber desde agosto, muitas empresas contratadas pelo GDF estão chegando no limite de suas possibilidades financeiras para bancar as despesas e manter o atendimento contratado.

De acordo com o presidente do SEAC/DF – Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis do Distrito Federal – Antônio Rabello, 7 empresas do DF, com um total de 10 mil trabalhadores, vivem o impasse de não ter mais onde buscar dinheiro para pagar funcionários. E para ele, o problema deve se agravar mais ainda, porque já foram iniciadas as reuniões para elaboração das convenções coletivas de todas as categorias que atuam no setor.

Em janeiro, através das convenções coletivas são reajustados os salários e os benefícios como ticket alimentação, vale transporte, planos de saúde e dentários, entre outros.

“Para cobrir essas despesas maiores, nossos contratos com o GDF prevêem uma repactuação dos valores em janeiro. E aí também há outra dificuldade histórica. Assim como em 2013, esse ano o GDF não fez nenhuma repactuação. Estamos pagando as despesas dos reajustes ocorridos de janeiro para cá, do nosso próprio bolso, além de não recebermos as faturas dos últimos 4 meses”, concluiu Rabello.

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