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Cambuís, árvores rústicas, floreiam e dão mais leveza e beleza ao cenário de Brasília

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Marieta Cazarré

Todos os anos, nesta mesma época, Brasília fica coberta de flores amarelas. É a floração do Cambuí, uma árvore nativa da Mata Atlântica, trazida para a capital federal no final da década de 1970.

As flores de tom amarelo alaranjado cobrem toda a copa da árvore, de setembro a janeiro. Nos períodos de seca, a árvore costuma ficar completamente sem folhas.

Mas muitos brasilienses acreditam se tratar de uma outra espécie: a Sibipiruna. O poeta e estudioso de espécies nativas do Cerrado, Nicolas Behr, explica que o próprio nome científico do Cambuí, Peltophorum dubium, mostra como essa árvore é facilmente confundida com outras. Dubium, em latim, signfica ambíguo, impreciso.

“A diferença entre elas é que o Cambuí é uma árvore de grande porte, tem a copa arredondada e bastante densa. Já a Sibipiruna é menor, tem a copa irregular e a luz transpassa os galhos”, explica Behr, que também é viveirista e produtor de mudas.

O engenheiro agrônomo Ozanan Coelho conta que as sementes de Cambuí foram trazidas de Minas Gerais, assim como as de Sibipiruna. No entanto, a Sibipiruna não resistiu bem ao clima de Brasília. “Foi a última das espécies exóticas a morrer”, afirmou Coelho, que foi chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) durante 30 anos.

A engenheira florestal, Roberta Costa e Lima, explica que as duas espécies são da mesma família. “No entanto, é possível verificar a diferença entre o tamanho das folhas, características da inflorescência, período de floração, coloração do tronco e características dos frutos”.

O Cambuí, explica Roberta Costa e Lima, é uma árvore da família Fabaceae e é popularmente conhecida como canafístula em outras regiões do país. “É muito ornamental, proporciona sombra, é rústica e de rápido crescimento. Por essas razões é muito usada em projetos de paisagismo e na arborização urbana”, disse a engenheira, que tem mestrado em Ciências Florestais.

Já Coelho lembra que as diferenças vão desde o porte (a Sibipiruna é menor) até o verde das folhas (a Sibipiruna tem as folhas de um verde mais claro). “Mas eu não vou ficar falando de detalhes muito específicos que o público não vai entender”, diverte-se.

Beleza – O poeta Nicolas Behr ressalta a beleza da flor do Cambuí e a sombra que a árvore proporciona. Mas faz um lembrete: é uma árvore com raízes também grandes. “O Cambuí cresce bem, rápido. Mas eu recomendo que se plante em parques ou grandes áreas, longe de locais que tenham rede elétrica ou águas pluviais, pois a raiz é bastante volumosa”.

A engenheira florestal Roberta Costa e Lima afirma que, em estudo feito em 2009 (chamado Avaliação da Arborização Urbana do Plano Piloto), foram identificadas 884 árvores de Cambuí plantadas em 38 das 39 superquadras inventariadas, sendo a segunda espécie mais plantada.

Agência Brasil

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