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Saiu da lanterna

Camilo Santana muda quadro de alfabetização das crianças nordestinas

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Autor/Imagem:
Paulus Bakokebas - Foto de Arquivo/José Cruz - ABr

Dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam um avanço significativo nos índices de alfabetização de crianças no Nordeste brasileiro. O crescimento coincide com a gestão de Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará, à frente do Ministério da Educação desde janeiro de 2023.

Segundo o levantamento, a taxa de alfabetização entre crianças de 6 a 7 anos aumentou 12% na região entre 2023 e 2025, com destaque para estados como o Ceará, Piauí e Pernambuco, que registraram os maiores saltos percentuais. O resultado é atribuído, em grande parte, à implementação do programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, carro-chefe da gestão Santana.

“Quando assumi o MEC, deixei claro que a prioridade seria garantir que toda criança brasileira aprendesse a ler e a escrever na idade certa. No Nordeste, esse desafio era ainda maior. Mas também encontramos uma rede de educadores comprometidos e políticas estaduais já bem estruturadas, que conseguimos ampliar em escala nacional”, disse Camilo Santana em coletiva à imprensa nesta quarta-feira (26).

O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada prevê apoio técnico e financeiro a estados e municípios, formação de professores alfabetizadores, avaliações periódicas de fluência em leitura e ações articuladas com as redes estaduais de ensino. A iniciativa se baseia em experiências bem-sucedidas como o PAIC (Programa Alfabetização na Idade Certa), desenvolvido no Ceará e reconhecido internacionalmente.

Nordeste sai da lanterna
Historicamente, o Nordeste apresentava os menores índices de alfabetização do país. Em 2019, antes da pandemia, menos de 50% das crianças nordestinas eram plenamente alfabetizadas aos 7 anos. Com a crise sanitária da Covid-19, o índice despencou para níveis críticos, chegando a apenas 36% em alguns estados.

“Foi um cenário devastador. Tivemos que recuperar o tempo perdido, combater a evasão escolar e reverter anos de negligência com a alfabetização infantil”, explica Helena Costa, professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e consultora do MEC.

Agora, os números mostram uma reversão promissora. Em 2025, estima-se que mais de 68% das crianças nordestinas estejam plenamente alfabetizadas até os 7 anos, número que ultrapassa a média nacional (64%) e se aproxima das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

Para especialistas, o segredo do sucesso está na continuidade de políticas públicas bem estruturadas e no protagonismo dos entes federados. “O Nordeste tem mostrado que, com vontade política, apoio técnico e investimento real na base, é possível mudar realidades históricas de exclusão educacional”, afirma Cláudia Santarém, coordenadora da ONG Todos pela Educação.

A experiência também reacendeu o debate sobre federalismo cooperativo. O MEC, sob Camilo Santana, tem buscado construir pactos regionais com metas compartilhadas, em vez de impor modelos prontos de cima para baixo.

“A alfabetização é a porta de entrada para o futuro. Investir na criança nordestina é investir no Brasil que queremos”, conclui Santana.

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