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“Nãos” ideológicos

Capacidade de Flávio Dino deve vencer chiliques da oposição

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Mathuzalém Júnior*- Foto Antônio Cruz/ABr

Bom de voto desde que preferiu a política à sólida e promissora carreira de magistrado, o senador pelo Maranhão e atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, se prepara para o ápice de sua carreira de homem público. O dia D de sua passagem pelo governo de Luiz Inácio será nesta quarta (13), quando ele será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Indicado por Lula para uma das cobiçadas vagas no Supremo Tribunal Federal, o capacitado ex-governador maranhense se preparou sozinho para o esperado embate com os raivosos, golpistas, sonhadores e limitados representantes do bolsonarismo de bordel de periferia.

Nada que assuste um político que passou quatro anos peitando um presidente que, mentirosamente, se dizia acima de qualquer suspeita e que, por diversas vezes, já levou às cordas parlamentares ligados ao mito frango com farofa e, por isso mesmo, supostamente da elite do Congresso. Com experiência em audiências no Judiciário e no Legislativo, Dino aproveitou os últimos dias para estudar temas sobre os quais deverá ser arguido. Disposto a reduzir o abismo entre ele e os conservadores, o ministro também se aventurou a folhear detalhadamente a Bíblia que mantém em sua mesa de trabalho. A ideia é estar afiado em Deus para não correr risco com os ataques dos enviados de Satanás.

É claro que, pelo simples fato de representar um governo de esquerda, haverá “nãos” à nomeação do indicado de Lula. Desde que não sejam “nãos” meramente ideológicos, é do jogo político votar contra. Difícil acreditar que, indecorosamente invejosos com a coragem e com o sucesso alcançado por Flávio Dino, “nãos” como os dos senadores Sérgio Moro (PR), Flávio Bolsonaro (RJ), Marcos do Val (ES), Marcos Rogério (RO), Magno Malta (ES), Carlos Portinho (RJ) e Rogério Marinho (RN) saiam de outro órgão que não o fígado. É do DNA da turba que jamais admitirá a derrota do Messias de Curicica.

Pragas e negativismo à parte, as roucas contestações da oposição de nada adiantarão. Serão gritos desconexos para ouvidos moucos. Endosso a expectativa daqueles que afirmam não haver qualquer risco de a indicação de Flávio Dino para o STF ser barrada pela CCJ ou pelo plenário do Senado, onde o ministro precisará de 41 dos 81 votos possíveis para garantir a indicação. Apenas para ilustrar, Cristiano Zanin, a primeira indicação de Lula neste mandato, recebeu 58 votos favoráveis. Líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (AP) acredita que o ex-governador do Maranhão terá entre 48 e 52 votos.

Para Randolfe, a projeção é no sentido de uma votação mais tranquila para a indicação de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República. Natural, na medida em que o ministro se dispôs a estar dia e noite na linha de frente contra os radicais golpistas de 8 de janeiro. Desde então, o que Dino tem feito é cumprir as leis e normas que ele conhece a fundo. O problema é que, para os “patriotas”, até o cumprimento da lei faz mal. Tudo isso porque as sequelas do fracasso do golpe ainda não foram digeridas pelos derrotados. Azar de quem tentou o impossível.

Para minimizar os chiliques da plateia anunciada pela oposição fantasiada de defensores da ética e dos bons costumes, o governo promete uma tropa de choque no plenário da CCJ. O objetivo é desmascarar os maus, ajudar os bons e permitir que tudo volte infinitamente ao seu começo. Em outras palavras, é evitar a sonoridade do discurso dos invejosos bolsonaristas. Por absoluta incapacidade, certamente eles não querem ter o que Flávio Dino tem, mas com certeza impedir que o ministro tenha mais. Diria que a alegria e a felicidade do ministro com o dever cumprido é a principal vitrine para a inveja dos medíocres. Flávio Dino e Paulo Gonet deverão ser sabatinados simultaneamente. A votação no plenário também está marcada para esta tarde.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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