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Entre a cruz e a espada

Capital da Covid, só lockdown salva Manaus

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

A capital do Amazonas, Manaus, voltou a ocupar o noticiário do Brasil e do mundo por causa da pandemia de covid-19. Em meio à descoberta de uma nova variante do coronavírus ali, houve um pico no número de internações, com hospitais lotados e sem oxigênio.

Relatos dramáticos que circulam nas redes sociais dizem que pacientes estão sendo submetidos à ventilação manual e muitos morreram asfixiados. O sistema de saúde dá sinais de colapso.

Para o pesquisador Jesem Orellana, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Manaus virou a “capital mundial da covid-19”. Ele diz que, devido à crise pela qual passa a cidade, não há outra solução senão “um lockdown total”.

Neste momento, diz ele, não temos uma resposta definitiva, nem em relação à infectividade, nem em relação à letalidade. Do ponto de vista genômico, podemos dizer que essa possível nova variante que circula no Estado do Amazonas tem algumas características genéticas que se assemelham às variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul, ambas associadas à maior infectividade.

Ou seja – acrescenta Orellana -, se você adiciona a informação epidemiológica, deixando de lado a informação genômica, de explosão de casos e de mortes de forma abrupta, é bastante provável que essa possível nova variante seja uma das responsáveis pela forte disseminação viral da covid-19 em Manaus e, portanto, uma ameaça não só para o Brasil, mas para a humanidade.

Em relação à letalidade, o pesquisador acentua que ainda é muito cedo para falarmos sobre isso. Diferente dos critérios para classificar essa possível nova cepa como mais ou menos infecciosa, o estudo e as conclusões relacionadas à letalidade da doença dependem basicamente de acompanhamentos maiores, de investigação clínica mais ampla, de um conjunto de evidências laboratoriais que neste momento ninguém tem disponível.

 

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